No tiro de partida para as eleições legislativas antecipadas, confirmadas momentos antes pelo Presidente da República, o líder do PS proferiu uma comunicação ao país a partir da sede do partido e fez questão de sublinhar que “este Governo não entrou esta semana em gestão, entrou quando se esgotou o excedente orçamental. Não há nenhuma transformação em curso, não há propósito, não há desígnio. O que o senhor Primeiro-Ministro diz que está bem hoje, era o que já estava bem há um ano“.
Nesse âmbito destacou os seguintes exemplos: “Quando o Governo socialista caiu em 2023, a economia crescia mais depressa do que cresceu em 2024. A dívida caía mais do que caiu em 2024. Os salários cresciam mais do que cresceram em 2024 e o emprego crescia mais em 2023 do que cresceu em 2024.”
Tem razão?
Começando pelo crescimento económico, em 2023 – último ano integral do anterior Governo do PS -, Portugal registou um crescimento em volume do Produto Interno Bruto (PIB) ao nível de 2,5%. Já em 2024, primeiro ano do Governo da Aliança Democrática (AD), o PIB cresceu 1,9%.
Quanto à dívida pública, em 2023 baixou de 110,8% do PIB no 1.º trimestre para 97,7% do PIB no 4.º trimestre. Em suma, uma queda de 13,1 pontos percentuais (ou 13,5 pontos percentuais, se em relação ao último trimestre de 2022). Já em 2024, após ligeiros aumentos nos dois primeiros trimestres, voltou a baixar até 95% do PIB no 4.º trimestre. Em suma, uma queda 2,7 pontos percentuais.
No que respeita aos salários, utilizando o indicador da remuneração brutal mensal média por trabalhador, nas componentes total, regular e base. Tem vindo a aumentar sucessivamente nos últimos anos, mas a variação anual foi ligeiramente mais elevada em 2023 do que em 2024.
Em 2023, o crescimento foi de 6,7% na remuneração bruta total, 6,6% na remuneração brutal regular e 6,8% na remuneração bruta base. Em 2024 aumentou 6,3%, 6,4% e 6,2% respetivamente.
Por fim, a questão do emprego. Em 2023, a média anual da população empregada foi estimada em 4.978,5 mil pessoas e aumentou 2% (97,1 mil) em relação ao ano anterior. No ano de 2024, a média anual da população empregada foi estimada em 5.112,3 mil pessoas e aumentou 1,2% (61,1 mil) em relação ao ano anterior, registando-se o valor mais elevado desde 2011.
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Avaliação do Polígrafo: