“Portugal em declínio desde 2015 com a ‘geringonça’ no Índice de Percepção de Corrupção, ocupando agora a 43.ª posição”, destaca-se num post de 11 de fevereiro no Facebook que suscitou dúvidas e pedidos de verificação de factos.
Esta alegação tem fundamento?
A fonte mais credível para aferir sobre o grau de corrupção que caracteriza um país é o Índice de Percepção de Corrupção, um relatório divulgado anualmente pela organização Transparência Internacional.
De acordo com o mais recente (disponível aqui), de 2024, em 180 países e territórios analisados, Portugal situa-se na 43.ª posição com 57 pontos (a par de Botswana e Ruanda), numa tabela encimada pela Dinamarca (na 1.ª posição, correspondente ao país menos corrupto do mundo) com 90 pontos. Seguem-se a Finlândia (88 pontos), Singapura (84 pontos) e Nova Zelândia (83 pontos).
Na última posição da tabela está o Sudão do Sul que, numa escala que vai de zero (altamente corrupto) a 100 (nada corrupto), obtém apenas oito pontos. Somália (nove pontos), Venezuela (10 pontos) e Síria (12 pontos) também estão no fundo da tabela.
Ou seja, na tabela da Transparência Internacional, Portugal é o 57.º país com menores níveis de corrupção. Ou mais corretamente, níveis de percepção de corrupção.
Ainda assim regista-se uma queda acentuada face a 2023, quando Portugal se fixou na 34.ª posição com 61 pontos.
É a pior classificação de Portugal no Índice de Percepção de Corrupção desde 2012, quando o presente sistema de pontuação foi introduzido.
Entre 2012 e 2023, a pontuação de Portugal oscilou entre um mínimo de 61 e um máximo de 64 pontos, mantendo uma trajetória estável. Em 2024 baixou para 57 pontos, caindo nove posições na tabela.
A alegação do post em geral é verdadeira, mas importa ter em atenção que não houve uma queda acentuada no Índice de Percepção de Corrupção durante o Governo da “geringonça” (quando o PS mantinha acordos de incidência parlamentar com o BE, PCP e PEV), entre 2015 e 2021. Aliás, em 2018 voltou a atingir o ponto máximo de 64 pontos. Essa queda aconteceu já em 2024, ano em que o Governo da Aliança Democrática entrou em funções.
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Avaliação do Polígrafo: