Questionado sobre como é que vai concretizar o seu objetivo de ser Primeiro-Ministro com as últimas sondagens a colocarem o Chega abaixo do resultado alcançado (18,07% dos votos) nas eleições legislativas de 2024 – e numa altura em que o partido tem sido abalado por sucessivos casos envolvendo deputados ou militantes (suspeitos de furtos, prostituição de menores, condução com taxa de álcool no sangue correspondente a crime, etc.) -, na entrevista de ontem no “Jornal da Noite” na SIC, André Ventura começou por ressalvar que “falta muito tempo até às eleições”.
Posto isto, sublinhou: “Na sexta-feira, no dia antes das eleições de março [legislativas de 2024], sabe quanto é que as sondagens deram ao Chega? 13%, 14%. O Chega teve 18%. Portanto, se estas lhe dão 18%, significa que está à frente, significa que vai passar os outros partidos todos. Isso não me preocupa nada. O Chega sempre foi penalizado nas sondagens. (…) Todas as sondagens antes das eleições, todas, davam-nos 13%, 14%, algumas 12%. Imagine, tivemos 18%. O que é que isto significa? Se nos estão a dar 18% agora, eu estou convencido de que vamos ter 25% ou 26% e que vamos vencer as eleições. E portanto, eu não estou muito preocupado com as sondagens.”
É verdade que todas as sondagens na sexta-feira anterior às legislativas em 2024 atribuíam ao Chega entre 12% e 14% das intenções de voto?
No dia 8 de março de 2024, último dia da campanha para as eleições legislativas que se realizaram no dia 10 de março, uma sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e “Público” colocou o Chega na terceira posição com 16% das intenções de voto.
Nesse mesmo dia, uma sondagem da Consulmark2 para o “Nascer do Sol” e Euronews conferiu 18,2% das intenções de voto ao Chega, acertando quase exatamente na percentagem que o partido de Ventura conquistou dois dias depois, ao nível nacional, nas eleições legislativas.
No dia anterior, uma sondagem da Intercampus para o “Correio da Manhã” e CMTV indicou 15,6% das intenções de voto para o Chega.
De resto, nas últimas três semanas antes das legislativas de 2024, o facto é que a maior parte das sondagens atribuiu 16% a 18% das intenções ao Chega. Em alguns inquéritos, o partido de Ventura superou mesmo a fasquia de 20%, de acordo com os registos arquivados nas páginas da Marktest e da ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
______________________________
Avaliação do Polígrafo: