As últimas eleições legislativas ficaram marcadas pela primeira instância que um partido que não o PS ou o PSD ascendeu a segunda força política nacional – o Chega. Já em 2023, nas eleições anteriores, o crescimento do partido de André Ventura tinha sido substancial, passando de 12 para 50 deputados e reunindo quase 19% dos votos.
Na altura, o resultado do Chega foi comparado ao fenómeno do Partido Renovador Democrático (PRD), que conseguiu 17,92% dos votos nas legislativas em 1985 e assegurou 45 lugares na Assembleia da República. A propósito das autárquicas que acontecem ainda este ano, nas redes sociais, as comparações voltaram.
Em resposta a um utilizador de X que manifesta “curiosidade em ver o impacto do CH nas eleições autárquicas”, um outro afirma: “Implantação autárquica não se faz de um dia para o outro e não é transferível de legislativas. O PRD foi a autárquicas 2 meses depois do seu histórico resultado e ganhou 3 câmaras, com menos de 5%.” Confirma-se?
De acordo com os dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE), o PRD só conseguiu, de facto, conquistar três presidências da Câmara nas autárquicas de 1985. Foram elas Belmonte, no distrito de Castelo Branco, Almeirim, em Santarém, e Lamego, no distrito de Viseu.
A percentagem de votos conseguida pelo PRD no mesmo ato eleitoral foi de 4,74% de acordo com as informações do escrutínio provisório de 1985, disponíveis no site da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI).
Confirma-se: no mesmo ano em que conseguiu ascender a terceira força política e somar 45 deputados, o PRD apenas conquistou três presidências de Câmara nas autárquicas. E a percentagem de votos no partido nesse ato eleitoral não chegou sequer aos 5%.
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