“Os pais dos alunos do ‘Externato da Quintinha’ em Santo António dos Cavaleiros foram avisados, assim de modo repentino, que a escola (que é privada) tinha sido comprada pela Sociedade Islâmica da Portela e que iam manter a programação até agosto deste ano. A partir desse momento terão que se desenrascar! Uma notícia destas assim, já fora dos prazos legais para matricular os filhos em outras escolas. Pelo o que me foi dito, alegadamente estarão a comprar vários colégios privados neste momento… Ah, facto importante, a primeira medida a ser tomada é construir uma sala de orações”, lê-se numa mensagem partilhada no X com o alerta “Acorda Portugal”. Confirma-se?
Não. A publicação parte de uma meia verdade e evolui para várias falsidades. De facto, existiram negociações para a venda da escola, mas o comprador é um grupo de investidores privado – e não a suposta ‘Sociedade Islâmica da Portela’, entidade que, na verdade, nem sequer existe.
A confusão poderá ter surgido devido ao facto de os investidores terem estabelecido uma parceria com a International School of Palmela (ISP), tutelada pela Fundação Islâmica de Palmela (FIP), que ficará responsável pela gestão pedagógica da escola.
A ISP explicou ao Polígrafo que o que vai mudar efetivamente é o proprietário. Já a ideia da alteração do programa educativo, assegurou, é totalmente falsa, uma vez que o interesse no investimento surgiu precisamente porque a “escola conta já com um excelente projeto”.
“Gostámos muito do projeto educativo. Quando se analisa uma escola, tenta-se sempre ver se ela tem vida. Isto é: se é uma escola de crianças feita por crianças. A ‘Quintinha’ tem isso. Como o projeto é muito interessante vai manter-se”, esclareceu a entidade.
É também falso que a primeira decisão tomada tenha sido a construção de uma sala de oração, isto porque a “Quintinha” é uma escola para crianças desde o berçário até ao 4.º ano e nestas idades – dos zero aos dez anos – mesmo para quem segue o Islamismo tal não seria necessário.
“Quanto às aulas de religião islâmica, até aos sete anos são aulas lúdicas de expressão mais artística e vocal. Dos sete aos dez aprendem certos trechos em árabe e para isso não necessitam de nenhuma sala de oração. Portanto, a insinuação é meramente falsa“, justificou a International School of Palmela.
Em suma, a única mudança que se prevê é a do proprietário. Tanto a ideia da alteração ao programa educativo como a da introdução de salas de oração são falsas.
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Avaliação do Polígrafo: