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Von der Leyen aborda Estado da União em derradeiro discurso antes das Eleições Europeias

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estará esta quarta-feira perante os eurodeputados para fazer um balanço sobre os temas que suscitam maior preocupação no bloco europeu e definir o "tom" para aquele que será o seu último ano como líder do executivo comunitário no atual mandato.

Os olhares da Europa vão estar, na manhã desta quarta-feira, 13 de setembro, voltados para o Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, que, tal como é já habitual, vai receber o debate anual sobre o Estado da União.

É um acontecimento que, este ano, ganha uma importância redobrada, e não só devido aos intensos desafios que têm sido recentemente colocados aos Estados-membros como um todo. É o caso da invasão russa sobre a Ucrânia e os consequentes esforços por parte do bloco europeu para prestar apoio ao país invadido, as crises energética e inflacionista, e a resposta em matérias que vão desde as alterações climáticas até aos fenómenos migratórios que, só este ano, tiraram a vida a mais de duas mil pessoas que faziam a travessia do mar Mediterrâneo em busca de melhores condições de vida na Europa.

Todos estes temas continuam na ordem do dia, numa altura em que faltam apenas alguns meses para as próximas eleições europeias. Este será, assim, o último debate desta natureza a anteceder o escrutínio agendado para junho de 2024 e que vai permitir aos eleitores dos vários Estados-Membros ajudar a definir a futura composição do Parlamento Europeu.

Mas o que é ao certo o debate do Estado da União? O que acontece e qual a sua importância?

O debate vai ter lugar no contexto da sessão plenária a decorrer desde esta segunda-feira, dia 11 de setembro, até quinta-feira, dia 14, no Parlamento Europeu. Trata-se de um evento anual, que acontece sempre em setembro, em Estrasburgo, e durante o qual o presidente da Comissão Europeia em funções – atualmente Ursula von der Leyen – debate no hemiciclo, com os eurodeputados escolhidos pelos cidadãos europeus nas últimas eleições, em 2019, os temas que marcam, como o próprio nome indica, o Estado da União.

O debate terá início com um discurso da líder do Executivo europeu – o último que fará antes das próximas eleições europeias e depois de, nos anteriores, o mote ter sido, essencialmente, a pandemia de Covid-19 e a Guerra na Ucrânia. É um momento em que se espera que seja feito um balanço sobre o trabalho desenvolvido pela entidade em prol da defesa dos valores e objetivos comunitários e, ainda, uma apresentação daquelas que serão as prioridades do bloco para o ano que se avizinha, também ele o derradeiro em que von der Leyen estará na liderança da Comissão Europeia no atual mandato.

Este ano, o seu discurso centrar-se-á no tema “Uma União Europeia mais forte e mais resistente” e “deverá abordar questões como o apoio da UE à Ucrânia, as sanções contra a Rússia, a crise energética, as transições ecológica e digital, bem como a proteção dos valores da UE, com especial destaque para a igualdade, a inclusão e a justiça social”, revelou um comunicado de imprensa do Parlamento Europeu sobre o tema.

Também a Presidência Espanhola do Conselho da União Europeia terá uma intervenção em plenário, havendo a expetativa de que possa ainda existir uma declaração de abertura da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.

Este ano, destaque ainda para uma sessão solene protagonizada por Sviatlana Tsikhanouskaya – líder da oposição na Bielorrússia e crítica acérrima do presidente Aleksandr Lukashenko, nomeadamente pela sua postura de auxílio para com os esforços de guerra da Rússia na Ucrânia -, que se seguirá ao debate sobre o Estado da União. Exilada na Lituânia há cerca de três anos, tem vindo a pedir o apoio do Ocidente para combater o regime ditatorial vigente no país por via do seu movimento democrático. É, por isso, de esperar que o faça novamente, desta vez em discurso no Parlamento Europeu.

Nota editorial: o Polígrafo viajou a Estrasburgo a convite do Parlamento Europeu.

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