O primeiro jornal português
de Fact-Checking

TikTok adota “políticas de combate” à desinformação durante as eleições europeias

As eleições europeias estão agendadas, nos 27 Estados-membros da União Europeia, entre os dias 6 e 9 de junho deste ano. Perante os desafios associados à realização de (mais) um ato eleitoral em território europeu, a rede social TikTok anunciou o reforço das suas “políticas de combate” à desinformação. Fique a conhecer as estratégias adotadas.

Consciente da importância que as eleições do próximo mês de junho têm para a democracia europeia, e os desafios a elas associados em período de grandes desafios para o bloco europeu, o TikTok anunciou a criação de um “Centro Eleitoral” na plataforma. 

Em comunicado enviado às redações, esclarece-se que esta é uma ferramenta que “conta com a colaboração das comissões eleitorais de cada país e as organizações da sociedade civil”, criada nas línguas locais com vista a dotar a dar à sua “comunidade” acesso a “informações fiáveis e fidedignas”.

Pela mesma via, a plataforma anuncia ainda que, no terceiro trimestre de 2023, “97% de todo o conteúdo que o TikTok removeu por desinformação eleitoral e cívica foi retirado antes de ser denunciado”, graças ao apoio dos tais “moderadores especializados em desinformação”. Tudo graças à mobilização das mais de seis mil pessoas que colaboram com a plataforma na moderação de conteúdos em línguas europeias para dar resposta aos desafios da desinformação.

De facto, a empresa trabalha, atualmente, com nove organizações de verificação de factos na Europa, entre as quais o Polígrafo, que “avaliam a exatidão dos conteúdos em 18 línguas europeias diferentes”, contribuindo para rotular “todas as afirmações que não podem ser verificadas”. 

A plataforma assume ainda o compromisso de “combater os conteúdos falsos gerados por IA [Inteligência Artificial]”. Apesar de os conteúdos gerados com recurso a esta ferramenta serem permitidos na plataforma, os mesmos têm de ser identificados como tal. E, além disso, o TikTok, segundo o mesmo comunicado, contará ainda com o trabalho de “peritos” para “detetar e antecipar comportamentos fraudulentos” levados a cabo por agentes que possam “tentam atacar as plataformas durante as eleições”. 

Finalmente, o investimento na literacia mediática assume-se ainda, nas palavras da empresa, como um dos principais eixos da sua estratégia de combate à desinformação. Foi por essa mesma razão que colaborou, em 2023, “com verificadores de factos para lançar campanhas de literacia mediática em 18 países europeus, gerando mais de 220 milhões de impressões e atingindo cerca de 50 milhões de pessoas na plataforma”. Um trabalho que, segundo a plataforma, se estende ao presente ano.

Além disto, e antes das eleições, a plataforma criará um espaço dedicado ao “controlo da missão” nas suas instalações em Dublin. Um espaço que reunirá “toda a equipa especializada em eleições do departamento de confiança e segurança”, com vista a “maximizar a eficácia deste trabalho no período que antecede e durante as eleições”.

Partilhe este artigo
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Relacionados

Artigo de Opinião | A ideia de que a Rússia está a criar uma rede de fact-checking para combater a desinformação parece um enredo orwelliano. Não é piada, embora pudesse ...
Artigo de Opinião | "Não me cabe julgar as intenções de Musk. Mas permitam-me, no mínimo, observar que as mentiras e teorias da conspiração estão a prosperar, provocando um caos ...

Em destaque