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Elisa Ferreira: “Com uma política de Coesão suficientemente adaptada, a Ucrânia pode ser uma grande oportunidade de estabilização política” da UE

Num encontro com jornalistas, esta terça-feira, em Lisboa, Elisa Ferreira notou que quando existe “um alargamento da União Europeia há normalmente um impulso brutal da economia” dos países que acabam de aderir ao bloco europeu. E notou, assim, a “grande oportunidade” que tal seria para o “processo de reconstrução da própria Ucrânia”, numa altura em que se perspetiva uma eventual inclusão de Kiev no leque de Estados-membros.
© União Europeia

A comissária europeia responsável pela pasta da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, considerou, esta terça-feira, que “com uma política de Coesão suficientemente adaptada”, a “Ucrânia pode ser uma grande oportunidade de estabilização política da própria Europa”. Mas tal traria, simultaneamente, “uma grande oportunidade” para o “processo de reconstrução da própria Ucrânia”, que continua a debater-se com as consequências da invasão russa sobre o seu território.

Durante um encontro com jornalistas portugueses na representação da Comissão Europeia em Portugal, Elisa Ferreira notou que quando existe um “alargamento da União [Europeia]” – ou, por outras palavras, quando um país “passa a pertencer” ao bloco comunitário –, existe, “normalmente, um impulso brutal da economia”.

“Porque quando um país adere à União Europeia, de repente, passa a haver uma expansão do mercado interno que não havia antes. Isto é, o investimento direto estrangeiro vira-se muito para esses países”, explicou a comissária, destacando a “descoberta” que surge, “de repente, de que se pode investir naqueles países”. Estados esses que, além do mais, através dos “fundos estruturais” provenientes do bloco europeu, passam a ter “oportunidades espantosas” ao nível da “infraestruturação do país”.

Porém, concretizado tal objetivo, importa aos países terem a capacidade de aproveitar esse financiamento para “acrescentar valor, fazer ciência, tecnologia e inovação” – algo que, “aparentemente”, os “países do Sul” do bloco europeu “não estão a conseguir fazer. Incapacidade que atribui, igualmente, à capital portuguesa.

Num encontro em que fez um balanço sobre os principais desafios e resultados do mandato do atual Colégio de Comissários, que termina este ano, Elisa Ferreira destacou que um dos maiores “desafios” que a Europa “defronta” neste momento é a “perda populacional”. Em causa “quebras demográficas” de que o continente “está a ser neste momento vítima”, derivada de uma “combinação de três elementos”. 

“Por um lado, um elemento positivo, o prolongamento da vida dos cidadãos, por causa da melhor qualidade de vida, mas também dos cuidados de saúde. Mas, por outro lado, uma baixa enorme da taxa de natalidade. E, para além disso, uma perda de população jovem que emigra de muitas das regiões da Europa, muitas vezes para as grandes cidades, para os pólos, e depois, frustrada ou insuficientemente satisfeita com a situação vivida, acaba por emigrar para outros países, outras partes do globo ou para alguns países centrais da Europa”, elucidou a comissária. Uma realidade que pode conduzir a que, “em 2050, se a tendência se mantiver”, existam “menos 35 milhões de pessoas” em “idade ativa na Europa”. 

Perspetivando aquele que será o próximo quadro plurianual da União Europeia, Elisa Ferreira vaticinou ainda que o “problema” não está relacionado com “dinheiro”, mas sim com a “qualidade das políticas” – as quais devem ter “em conta o território” de modo a ajudar os Estados “a criarem âncoras de desenvolvimento”.

E concluiu, lembrando que “o objetivo da política de Coesão” é, acima de tudo, “estimular o crescimento e a qualificação das economias mais frágeis, de maneira a que elas também possam ombrear e tirar partido deste mercado alargado” que caracteriza o bloco comunitário.

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UE

Este artigo foi desenvolvido pelo Polígrafo no âmbito do projeto “EUROPA”. O projeto foi cofinanciado pela União Europeia no âmbito do programa de subvenções do Parlamento Europeu no domínio da comunicação. O Parlamento Europeu não foi associado à sua preparação e não é de modo algum responsável pelos dados, informações ou pontos de vista expressos no contexto do projeto, nem está por eles vinculado, cabendo a responsabilidade dos mesmos, nos termos do direito aplicável, unicamente aos autores, às pessoas entrevistadas, aos editores ou aos difusores do programa. O Parlamento Europeu não pode, além disso, ser considerado responsável pelos prejuízos, diretos ou indiretos, que a realização do projeto possa causar.

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