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Oito fantasias sobre ciência e saúde que precisa de conhecer

Este artigo tem mais de um ano
O mel faz bem à tosse? Devemos preferir vegetais frescos a congelados? Será que há mesmo mais partos durante a lua cheia? Esclareça estas e outras ideias erradas.
  •  O MEL CURA A TOSSE

Todos já ouvimos alguém dizer que para curar a constipação e a tosse basta beber um copo de leite quente com mel, antes de ir para a cama. Um estudo publicado pela revista The Cochrane Database of Systematic Reviews diz que “não há evidências científicas contra ou a favor do uso do mel nestes casos. A substância não tem qualquer efeito expectorante, nem está associado à cura de doenças”. E, como refere a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, “o mel não é antioxidante, nem tem propriedades benéficas para o sistema respiratório”.  Não significa, contudo, que seja prejudicial. Por isso, pode continuar a ingeri-lo, se quiser.

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  • OS VEGETAIS FRESCOS SÃO MAIS SAUDÁVEIS DO QUE OS CONGELADOS

Esqueça a ideia de que é sempre preferível comprar ingredientes frescos para a sopa ou para outros cozinhados. Um estudo de 2015 analisou o valor nutricional de vegetais frescos e congelados (cenouras, brócolos, espinafres, ervilhas, feijões, morangos e mirtilos) e concluiu que a quantidade de vitaminas era semelhante nas duas versões – em alguns casos até era superior nos que tinham sido congelados e armazenados em arcas frigoríficas. Em muitos casos, estes legumes são expostos a baixas temperaturas logo depois de serem colhidos e por isso mantém as suas propriedades durante mais tempo.

 

  • HÁ MAIS PARTOS NA LUA CHEIA

É comum ver-se uma grávida em fim de gestação olhar para o calendário para ver quando chega a lua cheia e consequentemente o parto. Não passa de um mito. De acordo com vários estudos, entre os quais este publicado no The New England Journal of Medicine, não há alterações significativas no número de nascimentos ao longo do ciclo lunar. Os bebés tanto nascem na lua nova, como na lua cheia, no quarto crescente ou quarto minguante.

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  • ESTALAR OS DEDOS PROVOCA ARTRITE

De acordo com uma pesquisa científica divulgada no Journal of the American Board of Family Medicine, as pessoas que habitualmente estalam as articulações e as que não o fazem têm uma probabilidade semelhante de desenvolver a doença. Ainda assim, como sublinha a Harvard Health Publishing, uma plataforma da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, é um hábito a erradicar, uma vez que pode diminuir a força de quem o faz.

 

  • CRUZAR AS PERNAS PROVOCA VARIZES

Existem inúmeros factores de risco associados às varizes, como a idade, o sexo, o historial familiar, a obesidade ou o hábito de permanecer muito tempo na mesma posição, diz a Mayo Clinic. Cruzar as pernas não é um deles, acrescenta o site especializado WebMD. Por isso não vale a pena evitar esta posição como forma de prevenir o problema. É mais importante concentrar as atenções nas causas apontadas pela ciência.

  •  INGERIR BEBIDAS ALCOÓLICAS AJUDA A ADORMECER

É verdade que beber vinho, cerveja ou outras bebidas à noite pode provocar sono mais depressa. Isso não significa, contudo, que se acorde descansado no dia seguinte. Um estudo de 2014, realizado por investigadores da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, concluiu que o álcool provoca alterações no sono. Pode torná-lo fragmentado, aumentando a probabilidade de acordar a meio da noite.

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  • AS LARANJAS NÃO CURAM, NEM PREVINEM AS CONSTIPAÇÕES

Durante anos acreditou-se que este fruto, por ser rico em vitamina C, contribuía para evitar e tratar problemas respiratórios. O mito foi desmentido por vários estudos, entre os quais um de 2013 que afirmou que a vitamina C não reduz a incidência de constipações e gripes na população. O que faz em alguns casos – adianta a mesma fonte – é reduzir a duração destas doenças.

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  • AS BEBIDAS FRIAS AGRAVAM AS DORES DE GARGANTA

Beber uma limonada ou uma cerveja geladas não prejudica a garganta, nem agudiza a tosse como se pensa. Na verdade, o frio combate a inflamação– por isso depois de uma cirurgia às amígdalas, os médicos recomendam o consumo de gelados. Um artigo de 2013 do especialista Ron Eccles, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, explica que os alimentos frios diminuem as dores de garganta por causa do seu efeito anti-inflamatório.

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