É já de 1 a 6 de agosto que decorrerá a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, trazendo com ela milhares de participantes. A organização estima que possam estar na capital entre um milhão e 1,5 milhões de pessoas ao longo da semana da jornada e na semana anterior, altura em que os jovens participantes estarão distribuídos pelas várias dioceses do país.
Ao longo dos últimos meses, muito se falou dos custos que este evento acarretou. Não há uma estimativa oficial de quanto o evento vai custar em termos globais, mas rondará, pelo menos, os 160 milhões de euros. Este total tem por base os 36 milhões de euros avançados pelo Governo, cerca de 80 milhões de euros que o bispo auxiliar de Lisboa e coordenador da jornada, Américo Aguiar, admitiu que a Igreja iria gastar, e a despesa também avançada pelas Câmaras Municipais de Lisboa e Loures, 35 milhões e nove a 10 milhões de euros.
Tendo em conta estes valores, e no mês que antecipa o evento, o Polígrafo analisa à lupa os contratos feitos em julho. Afinal, quanto dinheiro foi gasto desde o início do mês até dia 25 de julho, a seis dias do início da JMJ?
Recorrendo ao portal Base, identificam-se 16 contratos publicados entre o dia 5 e 24 de julho, com valores entre os seis mil euros e os 203 mil euros.
Somando tudo, os 16 contratos publicados no último mês no portal Base totalizam um gasto de 681.027,70 euros. Estas são as contas de julho, estando em causa apenas os contratos que se encontram disponíveis no portal Base. Destes 16 contratos, 11 foram celebrados em procedimento de ajuste direto e os restantes concretizados através de consulta prévia.
O contrato cujo valor é mais avultado foi publicado no portal Base no dia 14 de julho, em regime de ajuste direto, entre a empresa “Flora Garden – Projectos de Silvicultura e Jardinagem, Unipessoal, Lda” e a Câmara Municipal de Lisboa (CML). Em causa um total de 203.990 euros adjudicados para “aquisição de serviços de manutenção e limpeza dos espaços verdes no município de Lisboa, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude”.
Em termos de valores mais elevados seguem-se o contrato da CML com a TVI (95 mil euros) para “aquisição de Serviços de Programas à TVI para Plataformas TV & Digital para promoção de Lisboa como cidade de acolhimento da ‘JMJ2023’”, o contrato da Câmara Municipal de Oeiras (75 mil euros) para “aquisição de materiais de comunicação para decoração urbana” e o contrato da Câmara Municipal de Almada (74.300 mil euros) para “Serviços de Produção de Espetáculos em Palco com Ecrans Gigantes”. Todos estes contratos foram celebrados em regime de ajuste direto.
Os últimos dados avançados pela organização apontavam para, até ao início de julho, 313 mil peregrinos, de 151 países, com o processo de inscrição concluído. No total, 663 mil peregrinos iniciaram o processo, tendo 480 mil prosseguido para a segunda fase da inscrição. Há ainda perto de 33 mil voluntários que iniciaram o seu processo de inscrição e 22.282 com o processo concluido.