Alumínio que “vai matar o cérebro”?
Um vídeo no Instagram com centenas de milhares de visualizações lançou o medo. As vacinas contêm alumínimo que “vai matar o cérebro”! É uma fake news já sinalizada em vários artigos de verificação de factos, embora continue a ser partilhada nas redes sociais. Na realidade, nenhuma das vacinas contra a Covid-19 administradas em Portugal (a saber, as vacinas da Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen) contém alumínio.
É verdade tem sido utilizado alumínio em vacinas desde 1930 como adjuvante, ou reforço imunológico, mas em quantidades minimais (tão minimais que dificilmente podem ser absorvidas pelo organismo, quanto mais atingir o cérebro) e sem efeitos nocivos para a saúde. Aliás, também faz parte da composição de muitos produtos alimentares, inclusive para recém-nascidos. De qualquer forma, nem sequer é utilizado nas principais vacinas contra a Covid-19.
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Nanopartículas que emitem “localização” via rede 5G?
Não, não é verdade. As vacinas contra a Covid-19 não contêm nanopartículas que são implantadas sob a pele, funcionando como os microchips utilizados em cães e gatos. Por mais vídeos que se difundam nas redes sociais a revelar esta “verdade”, não deixa de ser uma teoria de conspiração sem qualquer fundamento.
O mesmo se aplica à suposta conexão com a rede 5G para “localizar” ou “controlar” as pessoas inoculadas. Nas versões mais delirantes, há até quem acuse a rede 5G de ser a “verdadeira” causa de morte das vítimas de Covid-19 desde o início da pandemia.
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Parasita que causa a doença da SIDA?
Há imagens que provam! Estão a ser partilhadas nas redes sociais e supostamente mostram um “parasita Trypanosoma” identificado no líquido da vacina da Pfizer contra a Covid-19. Muitos internautas alertam para a letalidade de variantes desse parasita e dizem mesmo que pode provocar a doença da SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
O problema é que essas imagens estão desfocadas e não mostram qualquer parasita. Por outro lado, a única causa da doença da SIDA é a infeção pelo VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), sem qualquer relação com o referido grupo de parasitas.
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Vacinas de base RNA geram “transhumanos”?
De acordo com esta teoria de conspiração, muito propalada nas redes sociais, estaremos a criar uma nova geração de “transhumanos”. Como assim? As vacinas de base RNA (da Pfizer e da Moderna) dispõem de uma espécie de nanotecnologia que “altera o DNA humano”, resultando assim em “organismos geneticamente modificados“.
As teorias mais radicais apontam para um plano mefistofélico de “escravidão humana“. Por vezes com Bill Gates e George Soros aos comandos. Talvez servisse como guião para um filme de Ed Wood, mas não tem qualquer fundamento científico.
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Microrganismos vivos que provocam doenças?
Os vídeos que difundem esta teoria, pelo menos, são “virais” em partilhas. Com enfoque na vacina da Pfizer contra a Covid-19, alega-se que introduz microrganismos vivos nas pessoas inoculadas, os quais podem “germinar para provocar doenças” através de “subprodutos incontroláveis”. Mas há uma solução milagrosa para este problema: tomar suplementos de vitaminas.
Em artigos de verificação de factos que classificam estas alegações como falsas, ou mesmo delirantes, aponta-se para a possibilidade de esses vídeos estarem relacionados com a venda online dos suplemenos de vitaminas. O facto é que os ingredientes das vacinas da Pfizer são componentes químicos e não quaisquer microrganismos vivos.
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Efeito magnético no local da injeção?
É um dos clássicos da vaga de desinformação gerada em torno das vacinas contra a Covid-19. Os vídeos que mostram ímanes colados em braços de pessoas inoculadas continuam a pulular nas redes sociais, relacionando o suposto fenómeno com a presença de metais na composição das vacinas e com a injeção de microchips no organismo.
“Os materiais que estão dentro das vacinas estão perfeitamente identificados e descritos. São todos componentes inofensivos para o organismo humano e nenhum deles é eletrónico, nenhum deles é nada que se assemelhe a um chip“, assegurou Miguel Prudêncio, investigador especializado em vacinas no Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, em resposta ao Polígrafo.
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Óxido de grafeno que é tóxico para o corpo humano?
Noutra série de vídeos denuncia-se que as vacinas da Pfizer têm óxido de grafeno, o qual é tóxico para o corpo humano e pode causar graves problemas. Em múltiplos artigos de verificações de factos sublinha-se que, na verdade, as vacinas contra a Covid-19 não apresentam esse nanomaterial (uma forma oxidada do grafeno) na respetiva composição. Mais uma fake news disseminada através de vídeos que “provam” e “revelam”.
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Enzimas denominadas como “luciferase”?
“Luciferase” é um termo científico que descreve um grupo de enzimas (substâncias que desencadeiam reações químicas) que produzem luz. É encontrada em animais como pirilampos ou microrganismos marinhos luminescentes. Contudo, nenhuma vacina contra a Covid-19 é conhecida como luciferase ou contém este grupo de enzimas.
De acordo com o Snopes, estas enzimas foram descobertas no final do séc. XIX pelo cientista francês Raphaël Dubois e o nome deriva do latim lux, que significa luz, e fero, que significa “trazer” ou “transportar”. Ou seja, “portador de luz”. A palavra “lúcifer” partilha as mesmas raízes etimológicas que “luciferase”, mas não mais que isso.
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