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Com o abrandar da pandemia, o teletrabalho está a diminuir de forma considerável. Apesar de ser uma tendência laboral que precede o aparecimento da COVID-19 e que sobreviverá ao seu desaparecimento – devido, em grande medida, ao aumento do número de profissionais independentes e/ou alocados a projetos de TI com duração limitada e que dispensam qualquer tipo de copresença física.
Isso mesmo é mostrado pelo “Randstad Research - Relatório Q50 - Q4 2022”, estudo sobre o mercado de trabalho português do 4º trimestre de 2022, organizado em 50 destaques.
Do 4º trimestre de 2021 para o período homólogo de 2022, menos 121,2 mil pessoas estiveram a trabalhar à distância. Ao todo, foram 880 mil pessoas a laborar a partir da sua residência ou outro local por si escolhido. Este contingente passou, assim, de 20,5 por cento do total em 2021 para 17,9 em 2022 (descida de 12,7 por cento e de 2,6 pontos percentuais). A queda tem sido continuada, como o demonstra a comparação entre os dois últimos trimestres de 2022: menos mil pessoas deixaram de trabalhar em casa em apenas três meses.
Do 4º trimestre de 2021 para o período homólogo de 2022, menos 121,2 mil pessoas estiveram a trabalhar à distância (- 12,7 por cento)
Analisando somente os resultados do 4º trimestre de 2022, verifica-se que a Área Metropolitana de Lisboa é aquela em que a prevalência do teletrabalho é maior (394,6 mil pessoas correspondentes a 28,9 por cento dos trabalhadores dessa região). Todas as outras regiões estão abaixo da média nacional (17,9 por cento): Norte (14,4); Centro (14,4); Alentejo (13,5); Algarve (11,9); Madeira (11,6) e Açores (7,8).
Sobre o modo como esse teletrabalho foi concretizado, a Randstad parametrizou quatro respostas possíveis, a que corresponderam estes resultados: em casa regularmente/modelo híbrido (30,5 por cento); sempre em casa (28,8); em casa fora do horário de trabalho (24,8) e em casa pontualmente (15,9).
17,9 por cento dos trabalhadores portugueses estavam teletrabalho no 4º trimestre de 2022
Finalmente, na distribuição por género, idade e nível de escolaridade, constata-se que a maior parte dos valores rondam a média nacional, com quatro exceções. No plano etário, na faixa 16-24 anos (10,1 por cento), e em todas as categorias das habilitações literárias: até ao 10º ano (3,8 por cento); ensino secundário (10,8) e ensino superior (40,1).
Todos estes dados foram organizados pela Randstad, tendo como base o Inquérito ao Emprego do INE (4º trimestre de 2022).
