O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) é um dos fatores mais importantes de aceleração da economia, principalmente naqueles países que, estruturalmente, não são tão robustos desse ponto de vista.

Todos os anos, a Ernst & Young (EY) analisa e publica um estudo sobre o IDE em Portugal, integrado num trabalho mais vasto, à escala europeia (que é constituído pela soma dos países observados).

Aqui fica o retrato, em três dimensões diferentes, dos resultados do último EY Attractiveness Survey Portugal (publicado em julho de 2022, com dados referentes a 2021).

  1. Evolução do IDE em Portugal e comparação com a Europa

Em 2021, Portugal viu anunciados para o seu território 200 projetos, com um potencial de criação de 28.623 postos de trabalho. Relativamente ao ano anterior, registou-se um crescimento de 30% (tinham sido 154 projetos), embora não se deva esquecer que 2020 fora atípico, devido à pandemia.

No contexto europeu, Portugal é o 8º país mais atrativo da Europa na captação investimento estrangeiro (com 3,4% do total), tendo subido dois lugares relativamente à edição anterior. A classificação é liderada por França (1.222 projetos/21%), seguida do Reino Unido (993/17%) e da Alemanha (841/14%).

Ranking Projetos IDE na Europa

LugarPaísProjetos IDE
1França1.222
2Reino Unido993
3Alemanha841
8Portugal200

IDE em Portugal

IDE 2020IDE 2021Evolução
Projetos154200+ 30%
  1. O IDE em Portugal: por origem geográfica e setor económico

Dos 200 projetos anunciados para Portugal, a grande maioria (150, ou seja, 75%) vem do bloco económico da União Europeia. Individualmente, porém, o maior investimento chega dos Estados Unidos e da Alemanha, ambos com 30 projetos. A completar o top 5, estão França (29 investimentos), Reino Unido (24) e Espanha (23).

Origem do IDE em Portugal

LugarPaísProjetos
Estados Unidos30
Alemanha30
França29
Reino Unido24
Espanha23

Já por setor económico, o do software e IT services domina este investimento, com 65 projetos (33%), deixando muito longe os outros mais representados: fabricantes e fornecedores de transporte (28 projetos/14%) e transportes e logística (17 projetos/9%).

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3- O IDE em Portugal por destino (regiões)

A área da Grande Lisboa continua a ser predominante, recebendo 81 dos 200 investimentos (41%). No segundo lugar aparece o Norte (que inclui o Porto) com 69 (35%). O Centro de Portugal atraiu 36 projetos (18%) e o Alentejo 12 (6%). Algarve (1), Madeira (1) e Açores (0) tiveram peso residual no total.

Outro dado relevante do EY Attractiveness Survey Portugal, embora prospetivo, é o de 62% dos investidores inquiridos planearem criar ou expandir operações em Portugal nos 12 meses subsequentes. Os fatores diferenciadores de Portugal para captar IDE identificados por este estudo da EY são “a estabilidade social, a qualidade de vida e o talento adaptado às necessidades dos investimentos”.

Em declarações exclusivas ao Polígrafo, Miguel Cardoso Pinto, EY-Parthenon Leader Portugal, afirma que “economia digital, setores das renováveis e real estate continuam a ser os setores onde os investidores colocam as suas maiores expectativas para a continuidade do crescimento da relevância de Portugal enquanto destino para futuro investimento direto estrangeiro”.

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