Quem são os fundadores e qual é o âmbito da Academia de Código?

A Academia de Código é uma startup tecnológica de impacto social fundada em 2015, que nasceu com a missão de, através dos seus bootcamps intensivos e imersivos de programação Full-Stack, transformar radicalmente as vidas e as carreiras dos seus graduados. Para isso, ajuda-os, em apenas 14 semanas, a ingressarem num mercado de trabalho altamente valorizado e com cada vez mais escassez de talento: o da tecnologia. Desde o nosso surgimento, na Academia de Código já mudámos a vida de 1.767 pessoas e, segundo Ernst & Young, temos uma taxa de empregabilidade de 98 por cento nos primeiros três meses após a conclusão do bootcamp.

No que respeita às pessoas que fazem parte da nossa equipa, esta é composta por dezenas de membros, número que também tem sentido um crescimento constante ao longo dos anos e que muito nos orgulha. Entre os fundadores - pessoas que estão neste projeto desde o primeiro dia - além de mim, que ocupo o cargo de CEO, destaco duas outras pessoas de extrema importância para a evolução e história da startup. Primeiramente, a Catarina Campino, presente desde o início da nossa atividade e que está ao lado dos nossos alunos durante toda a experiência que vivem no bootcamp, e que assume o cargo de “bootcamp Mama”, e o Rui Ferrão, “guru” tecnológico e o primeiro professor da Academia de Código.

Para ser admitido num bootcamp, quais são as habilitações mínimas exigidas a um candidato?

O bootcamp pode ser feito por qualquer pessoa, independentemente do seu conhecimento ou experiência prévia em tecnologia ou programação, não sendo exigido qualquer nível académico específico ou formação prévia. Precisamente por isso, não temos um perfil tipo, já que pretendemos chegar ao máximo de pessoas possível, independentemente do seu background académico, idade, experiência profissional e de vida.

Em apenas 14 semanas, ajudamos os nossos graduados a ingressarem num mercado de trabalho altamente valorizado e com cada vez mais escassez de talento: o da tecnologia

Quando criámos a Academia de Código, em contexto de crise económica e de elevado desemprego, quase 100 por cento das pessoas que ingressavam no nosso bootcamp eram desempregadas e estavam à procura de uma atividade laboral. Esta tendência tem vindo a alterar-se ao longo do tempo. Hoje, somos procurados por pessoas com dois tipos de necessidade, os de reskilling, ou seja aqueles que têm um emprego mas desejam mudar de carreira, quer seja pela precariedade do emprego atual ou estilo de vida que obriga, quer pela melhoria significativa que o trabalho em tecnologia permite em termos de salário ou flexibilidade; e os de upskilling,  pessoas que já estão na indústria tech mas desejam dar um salto na sua carreira e que para isso, procuram desenvolver novas competências, que é o caso da maioria das pessoas que procuram o nosso novo curso de cibersegurança. Com a entrada no nosso bootcamp, pretendem assim garantir que não se tornam obsoletas, vendo na área da programação uma solução.

Por tudo isto, os principais requisitos aos nossos alunos é que se apresentem com personalidade, demonstrem paixão, capacidade de trabalho e que não tenham medo de aprender. São estes pontos que os farão ser bem-sucedidos na Academia de Código.

E que preço tem um bootcamp?

O nosso bootcamp de Full-Stack developer de 14 semanas tem um custo total de 7 mil euros, sendo que os primeiros alunos a realizarem a inscrição têm um desconto de early bird.

Apesar de ser este o valor em vigor, desde o início da Academia de Código que nunca nenhum aluno deixou de fazer o nosso bootcamp por razões monetárias. De forma a ajudar quem não tem a possibilidade de realizar o pagamento a pronto, disponibilizamos parcerias com a Fundação José Neves e com o Banco Montepio, que permitem adiar o pagamento do curso para uma fase posterior à sua conclusão.

Além dos bootcamp, há alguma componente importante de formação pós-laboral ministrada pela Academia de Código?

Sim, recentemente, no final de 2022, criámos um bootcamp dedicado à educação em cibersegurança, que permite aos profissionais com ligação ao mundo das TIC fazerem um upgrade da sua carreira e ingressarem nesta área em desenvolvimento, e cuja primeira edição teve início em janeiro de 2023.

Temos um projeto dedicado ao ensino da programação nas escolas. Baseado numa plataforma digital, permite introduzir a programação a crianças com idades compreendidas entre os 6 e 13 anos. Os conteúdos são adaptados aos anos de escolaridade e lecionados pelos próprios professores

Distinto do curso de programação, pensado para pessoas sem conhecimento em programação, esta nossa nova oferta é desenhada para pessoas com conhecimento em redes e sistemas de informação, programação ou eletrónica, que queiram investir na sua carreira e especializar-se na área da cibersegurança.

De forma a permitir que pessoas que estejam atualmente a trabalhar possam ingressar nesta formação, este bootcamp tem dois modelos distintos: full-time de 14 semanas, bem como um part-time de 30 semanas, em regime pós-laboral.

Como funciona e que números já acumulou nestes anos?

Os nossos bootcamps são imersivos e intensivos, pelo que são, à excepção da vertente part-time da formação de cIbersegurança, compostos por um trabalho de 14 semanas, que tem como principal objetivo tirar as pessoas da sua zona de conforto, de forma a superarem-se e tornarem-se programadores. Esta é uma formação que permite aos alunos e professores estarem somente dedicados a esta aprendizagem – sejam pessoas completamente focadas em ensinar outras pessoas.

No que respeita ao seu funcionamento, este não é apenas direcionado às competências tecnológicas, mas também à aquisição de características humanas, que tornam a pessoa mais resiliente e que melhoram tudo no que respeita à sua autoestima. Com este espírito, garantimos que os alunos são desafiados a ponto de estarem completamente preparados para os desafios que vão encontrar após este programa, no mercado de trabalho.

No entanto, mesmo antes de entrarem no bootcamp os alunos já estão a aprender, sendo o nosso processo de seleção um elemento diferenciador. Quando a pessoa toma a decisão de entrar, passa para a nossa plataforma e entra numa lógica de que nada lhe é dado nem demasiado explicado, tudo tem de ser conquistado. Nesta fase, começamos com uma introdução à ciência da computação e a programar, o que é mais um sinal daquilo que pode esperar, sendo ainda útil para percebermos a sua capacidade de aprendizagem e resiliência. Passados todos os desafios, a última fase é o workshop: a primeira vez em que o candidato é ensinado num ambiente de aula, com colegas e professores. Passadas estas etapas, o aluno está apto para ingressar na Academia de Código.

No que respeita a números, desde o primeiro bootcamp, já mudámos a vida de 1.767 pessoas, sendo que, brevemente, novas centenas de profissionais estarão formados e prontos para ingressarem no mercado de trabalho, ainda este ano.

Como é organizada e concretizada a formação nas escolas, para crianças?

Esta vertende é concretizada através da ubbu, projeto dedicado ao ensino da programação nas escolas e que pertence ao grupo da Academia de Código - a Code for All. Baseada numa plataforma digital, esta solução de educação permite, de forma ágil e prática, introduzir a programação a crianças com idades compreendidas entre os 6 e 13 anos. Os conteúdos são adaptados aos anos de escolaridade e lecionados pelos próprios professores, que não precisam de ter formação em programação, fator que permite a atual integração da plataforma em várias escolas do país e do mundo.

Desde que criámos este sistema, em 2017, a resposta tem sido muito positiva, tanto por parte das escolas e professores, como também dos alunos e famílias. Entre os vários aspetos, identifica-se nas crianças que já aprederam com a ubbu uma melhoria da sua capacidade de raciocínio lógico, de resolução de problemas e uma melhoria no que respeita à criatividade. Tudo isto, aliado a um entusiasmo com a plataforma que nem sempre tem paralelo com outras matérias. Por outro lado, o incremento destas competências humanas têm mesmo tido impacto na performance dos alunos noutras disciplinas, como é o caso da Matemática.

Esta plataforma vem permitir ainda a introdução de forma democrática e igualitária das escolas e crianças à tecnologia, especificamente, à programação - uma das carreiras com mais perspectivas de futuro e que pode, devido a este trabalho, ser mais facilmente uma escolha para estes jovens num momento posterior.

Além da presença fixa em Lisboa e no Porto, a Academia de Código já esteve presente noutros pontos de Portugal e/ou onde se fala português?

Ao longo dos anos, surgiram novas cidades e territórios para a Academia de Código. Todas tiveram e têm o seu propósito concreto e um impacto muito positivo, tanto na mudança de vida de milhares de profissionais como na transformação e desenvolvimento de cada uma das suas regiões.

Além de Lisboa e Porto, onde estão sediados os nossos bootcamps, estivemos presentes no Fundão, com a missão de ajudarmos a fixar e atrair pessoas nesta zona central e interior do país, e aqui criámos mais de 197 postos de trabalho. Rumámos também aos Açores, à Ilha Terceira, para criar um ecossistema próprio e combater o desemprego da região. Ao longo destes anos estivemos também presentes em Aveiro e, depois, em Sintra, através de uma parceria com a Fundação Aga Khan, que nos permitiu chegar a pessoas que sem esta parceria não teriam hipóteses de ingressar no bootcamp.

A nível internacional, os nossos bootcamps chegaram à Holanda e, mais tarde, a pedido do governo de Cabo Verde, entrámos neste país, num desafio ainda maior, ao implementarmos a nossa educação num outro continente.

Durante estes anos, cada interação foi uma aprendizagem e melhoramento do nosso produto, que nos colacaram na posição ideal para agora desenharmos estratégias e rumarmos a outros locais e nos lançarmos a novos desafios, com cada vez mais experiência. Foram sete anos de aprendizagem e que permitiram estarmos agora numa fase em que queremos crescer assentados nas bases sólidas que temos, sem perder a nossa cultura e qualidade.

Como é articulado com o mundo empresarial a colocação no mercado de trabalho dos formandos da Academia de Código e que estatísticas podem atestar esse esforço?

A questão da empregabilidade dos nossos bootcamps e a relação que permitimos com o mundo empresarial é algo que muito nos orgulha. No final de 2021, tornámo-nos na única escola de programação em Portugal certificada por uma entidade externa. Desta forma, a Ernst & Young classificou a nossa taxa de empregabilidade nos 98 por cento, após três meses do término do bootcamp. Além disso, o mesmo estudo mostrou-nos que, em média, os nossos alunos aceitam uma oferta de emprego em apenas 22 dias após o final do curso e que mais de 60 por cento dos estudantes hoje empregados receberam duas ou mais propostas de trabalho antes de aceitarem uma oportunidade.

Para estes dados, entre outros aspetos, contribui a exigência do nosso processo de seleção, a intensidade do bootcamp e claro a qualidade do nosso ensino e a cultura de entreajuda e superação que se vive e partilha durante o curso. Alia-se ainda um acompanhamento constante aos alunos que consideramos em tudo diferenciador e personalizado, focado na dimensão de placement e na sua integração no mercado de trabalho. Mesmo após o término do bootcamp, não desistimos da pessoa, estando ao seu lado até que encontre o emprego que ambiciona e ajudando-a na sua apresentação às empresas e na procura de oportunidades - na gestão de carreira a longo prazo.

Desta forma, estes valores só são possíveis devido às 283 organizações que contratam ou já contrataram através do bootcamp da Academia de Código. Destas, destacam-se algumas daquelas que são as maiores empresas tecnológicas nacionais, como a Feedzai, Farfetch, OutSystems e a Talkdesk.

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