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Catarina Costa: “Há muitas empresas que contratam os nossos alunos a partir de Portugal para integrarem projetos internacionais à distância”

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Com bootcamps em 10 cidades de 3 continentes, a Ironhack dedica-se ao ensino intensivo nas áreas de UX/UI Design, Análise de Dados, Web Development e Cibersegurança. A City Manager do campus de Lisboa da Ironhack aborda o perfil da escola, dos alunos que recebe e como é concretizada a entrada no mundo profissional.

Qual o ponto de partida dos alunos da Ironhack: em que nível de escolaridade tem de se encontrar e que outros pressupostos de conhecimento/formação são exigidos?

Para ingressar em qualquer bootcamp da Ironhack não é necessária qualquer formação ou experiência prévia na área de tecnologia, sendo que os candidatos devem apenas ter um nível B2 de Inglês, realizar um teste de raciocínio lógico e uma entrevista de competências pessoais com a nossa equipa de admissões. Neste sentido, mesmo que alguns já tenham background tecnológico, os nossos alunos iniciam um bootcamp quase todos a partir do mesmo nível, visto que existe um trabalho antes do início do curso que permite equilibrar o conhecimento de todos para que ninguém chegue sem competências ao primeiro dia de aulas.

Lisboa é uma das oito cidades onde a aprendizagem é feita presencialmente. Qual o denominador comum entre elas?

Em todas as localizações onde estamos presentes temos a mesma missão: que todos possam mudar a sua carreira e entrar numa área competitiva e em crescimento. O elo em comum destas cidades é a grande procura de talento tecnológico e a escassez de talento neste setor. Tanto na escola de Lisboa, como de Barcelona, Madrid, Paris, Amesterdão, Berlim, Miami, São Paulo e Cidade do México ajudamos os nossos alunos a potenciar as suas carreiras tecnológicas, através de um ensino muito prático – “aprender fazendo”. A nossa forma de ensino permite a qualquer pessoa entrar neste mercado por isso mesmo temos o formato presencial, remoto, full-time ou pós-laboral que possibilita uma mudança de carreira rápida e eficiente a que qualquer pessoa tenha acesso.

Os dois perfis mais procurados são os perfis de desenvolvimento de software e de análise de dados

E Lisboa, que especificidade tem quanto aos cursos que apresenta (ou os cursos são os mesmos em todas as cidades)?

Os cursos da Ironhack são os mesmos em todas as localizações onde estamos presentes e são adaptados às necessidades do mercado tecnológico. Oferecemos cursos intensivos e imersivos em Web Development, UX/UI Design, Data Analytics e Cibersecurity, que podem ser feitos em formato presencial, nos nossos campus, ou remoto, em qualquer parte do mundo.

Como funciona a ligação com as empresas que contratam alunos da Ironhack? 

A nossa ambição de combater a escassez tecnológica e ter impacto na vida dos nossos alunos acompanha-nos desde sempre. Desta forma, todas as nossas ações e parcerias são pensadas tendo em conta este objetivo. Em Portugal, a par da vertente educacional, desenvolvemos relações estreitas com várias empresas relevantes, atuando como uma parte crítica e fundamental na contratação de talento tecnológico. Neste sentido, muitas empresas tecnológicas procuram-nos várias vezes ao ano, porque já confiam no nosso programa educativo e reconhecem que os nossos alunos estão prontos para enfrentar os desafios atuais do mercado de trabalho.  Desde o início da nossa atividade em Portugal, já ajudámos mais 150 empresas a colmatar as suas vagas tecnológicas, fazendo um matchentre aluno e a empresa.

Para além disto, no fim de cada bootcamp temos a Careerweek, que é uma semana recheada de workshops e desafios desenvolvidos especificamente para preparar os alunos a melhorar as suas competências no que diz respeito à procura de trabalho – desde o momento em que têm que procurar por vagas, passando por todo o processo de entrevistas e até à fase de negociação de propostas.

Essa ligação é prévia à própria contratação, ou seja, determinada empresa pede-vos para formarem alunos na área x ou na linguagem específica y?

Esta não é uma prática que aconteça uma vez que temos uma equipa de educação que adapta e altera o nosso currículo de acordo com as necessidades do mercado, logo as linguagem que ensinamos aos nossos alunos são tipicamente as que têm a maior procura no setor.

Porém, não eliminamos a possibilidade de desenhar um curso destinado a uma necessidade dos nossos parceiros no caso de a procura se justificar.

Quais as empresas (perfis) que mais “recorrem” à Ironhack? 

Chegam até nós empresas que atuam em diferentes áreas, mas sempre com uma vertente tecnológica muito forte. Não existe um padrão no que toca ao tipo de empresa, mas a verdade é que temos visto um aumento de procura dos nossos alunos por parte de empresas que desenvolvem os seus produtos internamente. Em Portugal, algumas das empresas que confiam em nós e que procuram profissionais formados nos nossos bootcamps são a Critical Techworks, a Deloitte Digital, a Pipedrive, a Mercedes-Benz.io, entre outras, de diferentes dimensões, que contratam os nossos alunos.

Há muitas empresas que estão a contratar para fora de Portugal?

Esta tem sido uma tendência crescente. Há muitas empresas a contratar para fora de Portugal, graças ao trabalho remoto. Estas contratam os nossos alunos a partir de Portugal para integrarem projetos internacionais à distância, em equipas multiculturais. Sem dúvida que esta é uma das vantagens do mercado tecnológico. Porém, também temos alunos que têm como objetivo sair de Portugal,  a procurar e a conseguir colocação em empresas estrangeiras. Este é sempre um desafio maior porque se está a concorrer com um mercado distinto, onde a língua é o maior desafio, mas temos casos de alunos a trabalhar, por exemplo, em Amesterdão e em Berlim.

E qual os perfis técnicos mais procurados: hard skills, funções e respetivas qualificações? E procuram-nas em alunos que estão na reta final da aprendizagem ou em qualquer fase do seu percurso na vossa escola?

Os dois perfis mais procurados são os perfis de desenvolvimento de software e de análise de dados. Para formar um profissional de desenvolvimento de software, a linguagem de programação Javascript continua a ser a mais procurada, com a framework React a ser utilizada pela maioria das empresas tecnológicas. Estes profissionais devem ter conhecimentos em Javascript, HTML e CSS, uma boa capacidade de resolução de problemas e demonstrar autonomia.

Na área de análise de dados, as linguagens de programação Python e SQL são fundamentais para a análise e transformação de dados. Um profissional de análise de dados terá também conhecimentos em ferramentas de visualização de dados como Tableau e PowerBI.

Tipicamente, os alunos são procurados na reta final do percurso na Ironhack, quando já têm todas as ferramentas, hard skills e soft skills, para integrar o mercado de trabalho do setor tecnológico.

Nestes últimos anos, as empresas têm entrado em contacto com os alunos cada vez mais cedo com propostas e iniciam o processo de entrevista nas últimas semanas do bootcamp acabando ainda por, várias vezes, participarem na apresentação final dos alunos.

A taxa de empregabilidade da Ironhack encontra-se acima dos 98%. Em média, em Lisboa, formamos 200 profissionais por ano nos diversos cursos e conseguimos colocar aproximadamente 160 no mercado. Importa mencionar aqui que nem todos os alunos vêm com o âmbito de procurar um novo trabalho na área, alguns vêm numa perspectiva de empreendedorismo e até mesmo com o objectivo de simplesmente adicionar uma nova competência ao seu curriculum. Tal como referido anteriormente, temos parcerias com diversas empresas tecnológicas que vêm diretamente até nós à procura de talento para dar resposta às suas vagas ao longo do ano, o que também é um fator de segurança e motivação para quem nos escolhe para mudar de carreira.

A taxa de empregabilidade da Ironhack encontra-se acima dos 98%. Em média, em Lisboa, formamos 200 profissionais por ano nos diversos cursos

E qual é a contratação-tipo: para projeto ou “definitiva”; para quadros ou para contrato a termo; para Portugal ou para o estrangeiro; para trabalho remoto ou presencial?

Existem diversos formatos de contratação, tudo depende da necessidade do mercado e do perfil do próprio aluno. A única “regra” da Ironhack é que os nossos alunos têm de sair daqui a receber um ordenado independentemente de irem para uma academia de formação, para um estágio ou para um cargo mais especializado. Este será apenas o primeiro trabalho numa carreira profissional muito promissora.

Há alunos que neste momento trabalham a 100 por cento em formato remoto, outros que têm um trabalho mais híbrido e outros que trabalham fora de Portugal. Consideramos esta como uma das partes encantadoras desta metodologia de ensino, cada um é capaz de ditar o seu futuro.

A Ironhack monitoriza o percurso dos seus ex-alunos nos primeiros meses/anos da sua vida profissional na empresa que os contratou? Se sim, o que se pode inferir dessa monitorização? 

Na Ironhack contamos com um serviço de carreiras, o Careerhack, que é potenciado pela nossa rede de parcerias com empresas e por um profundo conhecimento do setor tecnológico. Este programa de acompanhamento acontece durante toda a passagem dos alunos pela Ironhack e estende-se até arranjarem um emprego que combine com as suas ambições. Ou seja, os alunos dos nossos bootcamps podem contar com este serviço mesmo após o fim do curso. Não queremos só ensinar competências técnicas a quem nos procura, queremos também garantir que o impacto da nossa escola se materializa na vida dos nossos “ironhackers”, de forma eficiente.

Após conseguirem arranjar trabalho, não acompanhamos o seu percurso na empresa, mas temos um feedback dos próprios alunos ou dos parceiros se for necessário.

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