
A aposta forte da Câmara Municipal de Lisboa na área conjunta da economia e inovação, a partir de 2011/12, traduziu-se, de facto, na internacionalização da cidade. Primeiro na área das start-up (para onde se tinha dirigido o esforço específico da autarquia), depois alargando-se ao universo empresarial geral, das filiais à deslocalização de firmas estrangeiras.
Já este ano, em março, a consultora imobiliária Savills publicou um estudo que quantifica essa presença estrangeira na capital portuguesa: 354.406 companhias. Por setores de atividade, o predomínio é, naturalmente, das áreas de tecnologia e I&D, embora sejam muito diversificados os objetos de negócio dessas mais de três centenas de milhar de organizações comerciais.
Este estudo assegura mesmo que “Lisboa é uma das capitais europeias mais escolhidas para o estabelecimento de empresas”.
A evolução do número de empresas não financeiras estrangeiras desde a década passada também é notória: de 2013 para 2019, houve um aumento de 25 por cento.

O “Onde é que as empresas querem estar?” (nome traduzido), edição 2020/21, analisa também a evolução do mercado de escritórios. Em 2020, o efeito da pandemia foi evidente, registando-se em Lisboa o “menor volume de absorção” desde 2016, recuando 20 por cento relativamente à média dos cinco anos anteriores e 29 por cento quando comparado somente com 2019.
Em 2021, no entanto, foi recuperada a trajetória ascendente da ocupação de escritórios na cidade das sete colinas, com um crescimento de 17 por cento relativamente a 2020.
A expectativa é a de um crescimento ainda mais acentuado em 2022/23, uma vez que, segundo a Savills, está projetada a abertura de cerca de 210 mil m2 em escritórios só nos seis novos projetos principais.
O estudo indica ainda a tendência crescente do recurso à modalidade de cowork, como é demonstrado pela existência, no município de Lisboa, de mais de 100 unidades deste tipo de espaços. A alteração do seu perfil é também merecedora de um sublinhado nesta pesquisa: “Se, quando apareceram pela primeira vez, as instalações de coworking eram geralmente consideradas como espaços de trabalho voltados para freelancers, hoje em dia o alvo é muito mais abrangente, atraindo start-ups digitais nómadas e empresas internacionais que planeiam ingressar em breve no mercado português e, assim, querem testar os seus modelos operacionais, para os quais os espaços de coworking provaram ser uma solução temporária e flexível."
