O ex-deputado do Chega que acaba de anunciar que vai pedir “baixa psicológica” depois de ser acusado de furto de malas em dois aeroportos e de ter abandonado o partido de André Ventura afirma, em declarações exclusivas ao Polígrafo, que as reações à sua saída – que têm sido tornadas públicas depois da entrevista de Miguel Arruda, ontem à noite, à TVI – são fruto de um mal-estar provocado pela antecipação do deputado na saída do Chega.
Em resposta a uma pergunta do Polígrafo sobre o destino da parte do salário de que já não terá que abdicar por passar a ser deputado não-inscrito, Miguel Arruda decidiu atacar o partido pelo qual foi eleito em março, pelo círculo eleitoral dos Açores: é que se Ventura queria uma suspensão ou renúncia, Arruda deu-lhe uma saída para o lugar ao lado… na Assembleia.
“Estão [o Chega] fodidos porque lhes passei a perna. Queriam ser eles a expulsar-me. Como me antecipei estão doidos”, escreveu ao início da tarde Miguel Arruda, via WhatsApp. O deputado que ontem, em entrevista à TVI, confirmou que a reunião com Ventura foi “pacífica” para explicar que, mesmo fora do Chega, seria um dos apoiantes do partido, abre agora as portas a uma mudança de atitude.
É que, esta manhã, Pedro Pinto deixou claro no Parlamento que a bancada parlamentar do Chega quer distância de Arruda: “Não poderei responder pelo grupo parlamentar por aquilo que possa acontecer durante esta sessão plenária.”
Pedro Frazão também brincou com o antigo colega através de um “tweet” publicado ontem no X: “O Miguel não tinha bagagem para estar no CHEGA!”
José Manuel Castro, ao Polígrafo, diz que o que aconteceu hoje de manhã na Assembleia terá sido “show-off” e que a bancada parlamentar do Chega operou um “número de virgens ofendidas para a plateia bater palmas”. “Tendo em conta aquilo que se passou hoje na AR, o Chega é que não fica muito bem na fotografia. Esta súbita indignação deve ter acontecido durante a noite”, concluiu.