António Sousa Lara demitiu-se ontem do cargo de porta-voz do Chega! para a segurança interna e geopolítica na sequência de André Ventura lhe ter exigido que renunciasse à subvenção vitalícia a que tem direito por ter desempenhado cargos políticos antes de 2005, ano em que este privilégio terminou. A exigência foi feita depois de o Polígrafo ter, no passado dia 3, realizado um fact-check a uma informação que há muito corria nas redes sociais: a de que Sousa Lara seria um dos 318 políticos que constam da lista dos beneficiários.
No fact-check em causa - que confirmava em pleno as informações veiculadas nas redes sociais - Sousa Lara confirmou ao Polígrafo que é mesmo uma dessas personalidades. Mais: afirmou que neste momento nada recebe, mas que já o fizera no passado - "durante alguns anos o dinheiro era creditado na conta automaticamente". Adiantou ainda que não tinha a intenção de abdicar do privilégio. E explicou porquê: “A minha família foi roubada no 25 de Abril. Vivemos numa república gatuna. O único elemento de raiva acionável que tenho é esta pensão. Se quiser, pode encará-la como uma farpa moral que posso disparar a qualquer momento.” O rendimento mensal a que tem direito cifra-se em 1.343 euros.

"Logo que soube pelo Polígrafo que Sousa Lara já tinha recebido, no passado, valores da subvenção vitalícia, deixei claro que só tínhamos duas possibilidades : ou a renúncia definitiva da pensão ou o afastamento do partido. No Chega! não há excepções nestas matérias", afirma André Ventura ao Polígrafo.
Ora, esta posição choca frontalmente com as opiniões públicas de André Ventura sobre o assunto. Em várias ocasiões o líder do Chega! já criticou violentamente os que recebem ou receberam qualquer subvenção, exigindo mesmo a devolução dos valores já recebidos.
“A minha família foi roubada no 25 de Abril. Vivemos numa república gatuna. O único elemento de raiva acionável que tenho é esta pensão", afirmou Sousa Lara ao Polígrafo.

"Logo que soube pelo Polígrafo que Sousa Lara já tinha recebido, no passado, valores da subvenção vitalícia, deixei claro que só tínhamos duas possibilidades : ou a renúncia definitiva da pensão ou o afastamento do partido. No Chega! não há excepções nestas matérias", afirma Ventura ao Polígrafo.
A notícia da saída de Sousa Lara - tornada pública pelo Expresso - não apanhou quase ninguém de surpresa dentro do Chega!, de que Lara não era militante. Há muito que a sua situação, altamente exposta, era considerada um embaraço num partido conhecido por ter uma hipersensibilidade à informação disseminada no universo das redes sociais.
