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João Galamba insultou um utilizador do Twitter depois de uma discussão sobre a guerra na Ucrânia?
No dia 6 junho de 2022, o então secretário de Estado Adjunto e da Energia via o seu nome entre os mais comentados do dia no Twitter. Tudo porque, depois de esquecer o conselho de António Costa de que "nem à mesa do café podem deixar de se lembrar que são membros do Governo", Galamba insultou, através de uma mensagem privada, um utilizador do Twitter com quem já discutira publicamente. Na origem do desentendimento estavam as consequências da guerra na Ucrânia.
A troca de acusações entre João Galamba e o titular de uma conta de Twitter entretanto apagada começara por volta das 17h30 de domingo, dia 5 de junho, quando o Secretário de Estado Adjunto e da Energia apelidou o utilizador em causa e a sua conta na plataforma de "uma coisa deveras lamentável". O tweet original refletia sobre o preço dos combustíveis: "Quando a gasolina chegar perto dos três euros e a inflação perto dos 9%, quantos terão a capacidade de assumir que tudo o que pensavam sobre o conflito na Ucrânia estava errado e que a liderança europeia falhou de forma espetacular em defender os nossos interesses?"
Numa troca de mensagens entre Galamba e o autor do tweet, só as do Secretário de Estado continuavam disponíveis: "Portanto, agora és uma vergonha e apoias o Putin. Ouve lá, quando vais dormir não sentes aqueles vergonha?"; "E, já agora, se não sentires vergonha e não te sentires uma coisa deveras lamentável, não me levas a mal, mas não apareces daqui [SIC], por favor"; "Para ser claro: quem hesita na Ucrânia, fica claro onde está. E onde está não é recomendável"; "Não te preocupes. Diria apenas que nada do que dizes faz sentido e que o que dizes é idiota. Só isso, nada mais"; E depois esperaria que o bom senso imperasse e que nada do que dizes seria tido em conta. Eu acredito muito na racionalidade e espero, também, que as insanidades que tens escrito sejam ignoradas. Só isso, nada mais"; "Sai mesmo daqui, por favor. Dás mau nome a esquerda e, muito sinceramente, não tenho disponibilidade para tamanha inanidade"; "És mesmo pro fascista. Já vi que não percebes isso. Mas é mesmo isso que tu és."
João Galamba foi obrigado a confirmar as acusações feitas posteriormente, com recurso a prints de mensagens privadas enviadas pelo secretário de Estado no pós-discussão:
"Olha, o meu pai foi torturado por fascistas da Pide e, se lesse esta pouca vergonha, só te diria: vai para a puta que te pariu fascista de merda. Desaparece. Tenho nojo de tudo o que escreves. Não me voltes a dirigir a palavra. És mesmo uma vergonha fascista. Vai para o caralho e desaparece. Tenho desprezo por toda esta esquerda pró-Putin. Vai para o caralho e desaparece fascista. Nojo."
O texto acima transcrito foi tratado pelo Polígrafo, já que as mensagens originais continham erros de tipografia que chegaram a ser utilizados como argumento por alguns utilizadores que acreditavam que a conta de João Galamba tinha sido "hackeada".
No entanto, o socialista fez questão de confirmar a autenticidade do conteúdo divulgado: "Uma pessoa divulgou uma mensagem privada minha indignada com algumas pessoas de esquerda serem pró-Putin. Para que não restem dúvidas: reafirmo tudo o que disse nessa mensagem e repudio o facto de essa pessoa ter divulgado a mensagem."
Avaliação do Polígrafo: Verdadeiro
