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Veja o vídeo que falsamente documenta que Obama expulsou um jornalista da Casa Branca

Este artigo tem mais de um ano
Depois da polémica do afastamento compulsivo do correspondente da CNN da Casa Branca, os apoiantes de Donald Trump colocaram a circular nas redes sociais um vídeo em que Obama alegadamente fez o mesmo. Mas nada disso sucedeu.

Ainda se fazem sentir os ecos do escândalo do afastamento de Jim Acosta, correspondente da cadeia televisiva CNN na Casa Branca, por Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos ordenou que retirassem a credencial de Acosta – entretanto devolvida por ordem de um tribunal federal – com o argumento de que o repórter havia sido fisicamente rude com a assessora de imprensa da Casa Branca no momento em que esta lhe tentava retirar o microfone das mãos, numa tentativa para silenciar o jornalista, que insistia em obter respostas sobre as alegadas interferências da Rússia nas eleições americanas.

Depois do sucedido, Sara Huckabee Sanders, a assessora de imprensa em causa, publicou na sua conta de Twiter um vídeo falso e manipulado para justificar a suspensão da credencial de Jim Acosta. A acompanhar o vídeo, a funcionária da Casa Branca escreveu: “Não vamos tolerar o comportamento inapropriado claramente documentado neste vídeo.”

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A reação dos apoiantes de Trump foi violenta e agora acaba de se tornar viral, com a divulgação, também via Twitter, de um vídeo em que também Barack Obama alegadamente expulsa um jornalista da Casa Branca durante uma conferência de imprensa. Objetivo: provar que afinal Trump não fez nada que um democrata respeitável como Obama não tivesse feito.

[twitter url=”https://twitter.com/Paul_Schatz/status/1060589587108716544″/]

Na verdade, nada disso sucedeu. O jornal de fact-checking Snopes  investigou o caso e concluiu que o vídeo agora divulgado documenta um incidente ocorrido em julho de 2015 na Casa Branca quando se celebrava o Mês do Orgulho LGBT. Obama fazia um discurso (e não uma conferência de imprensa) quando a ativista pelos direitos LGBT Jennicet Gutiérrez o interrompeu e o instigou a acabar com a deportação de imigrantes LGBT. Perante a insistência e deselegância da sua interlocutora, Obama, depois de várias tentativas frustradas para responder, afirmou: “Você está em minha casa.” E ordenou a sua retirada da sala.

 

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