A notícia da morte da Rainha Isabel II chegou esta tarde, dia 8 de setembro. A Rainha morreu “em paz” em Balmoral, na Escócia, revelou a Família Real num tweet, ao mesmo tempo que os órgãos de comunicação social britânicos avançavam a informação.
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Deu o título de cavaleiro a um gato?
Em abril deste ano, milhares de internautas partilharam o que parecia ser uma fotografia da Rainha de Inglaterra a tornar cavaleiro um gato chamado Ruben. Na verdade, tudo não passou de uma brincadeira do Dia das Mentiras e uma montagem publicada na página de Facebook “Ruben the Cat”.
Na legenda da fotografia lia-se: “Estou muito orgulhoso por finalmente anunciar que me tornei o primeiro gato a receber honras de Sua Majestade Rainha Isabel II.” Apesar de ser claramente uma brincadeira, a fotografia correu as redes sociais e levou mesmo vários fact checkers, como o Politifact, Snopes, Check Your Fact, Lead Stories, Fato ou Fake, entre outros, a ter de desmentir a informação que muitos acreditaram ser real.
Na verdade, a imagem era uma montagem a partir de uma fotografia captada a 10 de outubro de 2019, quando o ator britânico Simon Russell Beale recebeu o título de cavaleiro.
Testou positivo à Covid-19 no início da pandemia?
Em março de 2020, no início da pandemia do novo coronavírus circulava nas redes sociais a informação de que a rainha Isabel II estava infetada com a Covid-19. A notícia foi publicada no site “Notícias Católicas”, que garantia a confirmação direta pelo próprio Palácio de Buckingham desta informação. Apesar de ser ver verdade que o seu filho, o príncipe Carlos, foi diagnosticado com o novo coronavírus nesta altura, nunca houve confirmação oficial e fidedigna de que a Rainha de Inglaterra, de 93 anos, tivesse sido infetada nesta altura.
A base para esta informação falsa era o contacto que a rainha teria tido com o filho, mas também com Boris Johnson, primeiro-ministro britânico ao tempo dos factos. Na semana em que o chefe do executivo britânico estava infetado a audiência semanal foi realizada por chamada telefónica, como foi evidenciado na página oficial da família real, no Twitter.
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Faleceu em fevereiro de 2022?
Nas redes sociais, no entanto, há alguns anos que se desenvolviam teorias da conspiração sobre o acontecimento. Ainda depois de ter testado positivo à Covid-19, a rainha Isabel II foi alvo de mais um boato criado nas redes sociais. Desta feita, os internautas davam-na como morta, depois de a monarca ter cancelado os seus compromissos agendados (mesmo os que decorressem online).
Depois disso, “Hollywood Unlocked”, um site de gossip de celebridades, difundiu um relatório sem fundamento, a 22 de fevereiro, quer no portal quer no Facebook, onde se lia que a rainha tinha morrido. A fonte para a alegação seria alguém “próximo à família real”. O artigo em causa acabou por ser eliminado do portal online, já que não houve evidências suficientes à data para se confirmar que a monarca estava realmente morta. Aliás, na altura, fonte oficial do Palácio de Buckingham disse à “Newsweek” que nunca responde a rumores deste tipo.
Morte da Rainha está relacionada com a vacina contra a Covid-19?
Esta é a informação falsa mais recente sobre a rainha. A família real não especificou a causa da morte, mas no Twitter começam a circular alegações infundadas de que a sua morte está de algum modo relacionada com a vacina contra a Covid-19. “As vacinas contra a Covid têm como alvo os idosos, olhem para a rainha”, lê-se num tweet.
Elizabeth e o marido que morreu em abril do ano passado, foram vacinados pela contra o Covid-19 em janeiro de 2021. A monarca testou positivo à doença cerca de um ano depois. As notícias davam conta de que nesse momento já se encontrava totalmente vacinada.
Nos meses seguintes, foram noticiados problemas de saúde que afetaram a rainha, incluindo sequelas da Covid-19, mas nunca foi avançada qualquer informação sobre efeitos secundários das vacinas que recebeu. Não há fundamento para se afirmar que a morte da rainha, cuja causa não foi relevada, tenha relação com vacinas.
Pediu a Ronaldo para autografar 80 camisolas do Manchester United
A insólita informação correu as redes sociais em setembro do ano passado. De acordo com internautas, a monarca inglesa tinha encomendado 80 camisolas do Manchester United com o nome de Cristiano Ronaldo para oferecer ao seu staff. Ainda mais inusitado terá sido o pedido de uma camisola exclusiva autografada pelo jogador português e com uma dedicatória especial.

Apesar de não parecer totalmente descabido, é falso que a rainha de Inglaterra tenha pedido camisolas autografadas ao futebolista português. O boato surgiu a 1 de setembro, um dia depois de terem sido publicadas as primeiras fotografias de Cristiano Ronaldo com a camisola do Manchester United, a partir de um tweet que dava conta dessa informação.
Contudo, apesar dos 10.000 likes em poucas horas, a publicação foi apagada e substituída por uma mensagem que dizia: “Não pudemos confirmar a veracidade da nota sobre a Rainha e Cristiano Ronaldo, por isso decidimos apagar o tweet. Pedimos desculpa.” Apesar de os autores da publicação original terem apagado o tweet, tal não impediu que a informação se disseminasse rapidamente pelas redes sociais.
De acordo com o Goal.com, a Rainha mantinha o segredo quanto à equipa preferida, para manter a neutralidade, mas ao longo dos anos tem-se especulado sobre vários clubes que alegadamente a soberana apoiaria.
Tomou Ivermectina para tratar infeção por Covid-19?
Na origem deste rumor esteve uma reportagem emitida no programa “A Current Affair“, da estação de televisão australiana Channel 9. Após ter sido noticiado, a 20 de fevereiro, que a rainha de Inglaterra tinha testado positivo à Covid-19, a reportagem do Channel 9 (na noite de 21 de fevereiro) incidia sobre possíveis formas de tratamento adequadas ao perfil de risco, devido à idade que Isabel II tinha.
Na reportagem, o jornalista entrevista um médico que diz que pacientes com a idade da rainha podiam beneficiar de novos medicamentos aprovados para pacientes de alto risco. Nesse trecho, imagens de dois medicamentos, entre eles o Stromectol – cujo princípio ativo é a Ivermectina -, são mostradas para ilustrar a narração. No entanto, nem o repórter, nem o médico afirmam que aqueles são os medicamentos que estavam a ser utilizados no tratamento de Isabel II, segundo apurou a Agência Lupa, plataforma brasileira de fact-checking, que teve acesso ao vídeo da reportagem (entretanto apagado do site do Channel 9).
No dia 22 de fevereiro, o Channel 9 emitiu um comunicado: “A nossa reportagem de ontem à noite sobre a rainha continha um plano que não deveria ter sido incluído. O plano foi incluído como resultado de um erro humano.”
Disse que Trump é “pessoa extraordinária” e tem “bom coração”?
Em 2019, uma publicação mostrava uma fotografia de Donald Trump com a Rainha Isabel II e revelava que a monarca tinha descrito, numa entrevista, Trump como sendo uma “pessoa extraordinária” e com “bom coração”. “Ele é realmente uma pessoa extraordinária (…). Nós tivemos algumas conversas privadas e ele é muito genuíno. Eu tenho um pressentimento sobre as pessoas e o presidente tem um bom coração. Noutra vida, ele poderia ser meu filho”, podia ler-se.
Segundo a plataforma de fact-checking Politifact, a declaração surgiu no site conservador “Clover Chronicle” e, de acordo com o artigo, as declarações da rainha surgiram através de uma “rede de notícias” que terá alegado que “esteve recentemente envolvida numa entrevista com a Rainha Isabel II, onde ela inesperadamente elogiou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump”.
No entanto, não existem provas de que a Rainha tenha realmente dito aquela frase. O PolitiFact revela ainda que a declaração parece ter tido origem numa publicação anónima num fórum online, uma vez que, de acordo com o Palácio de Buckingham, a Rainha não dava entrevistas ou fazia comentários públicos sobre política.