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Vídeo viral que mostra descarga para o mar na praia do Furadouro é autêntico?

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Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Foi publicado esta semana no Facebook e já acumula mais de 22 mil partilhas e 900 mil visualizações. Apresenta a seguinte legenda: "Dragagens de desassoreamento do canal da ria. Ovar, bombeado diretamente para o mar". Vários leitores do Polígrafo solicitaram uma verificação da autenticidade deste conteúdo.

“Praia do Furadouro, 24/02/2020, às 15 horas. Dragagens de desassoreamento do canal da ria. Ovar, bombeado diretamente para o mar“. Esta é a legenda do vídeo em causa, publicado na rede social Facebook nesse mesmo dia 24 de fevereiro.

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O vídeo tornou-se viral em poucas horas. E quatro dias depois já acumula mais de 22 mil partilhas e 900 mil visualizações. Vários leitores do Polígrafo solicitaram uma verificação da autenticidade deste conteúdo.

Questionada pelo Polígrafo, a Câmara Municipal de Ovar remeteu para um comunicado que emitiu no dia 30 de janeiro de 2020, no qual informou que “sob a égide da APA – Agência Portuguesa do Ambiente está a decorrer a intervenção de transposição de sedimentos para otimização do equilíbrio hidrodinâmico na Ria de Aveiro“.

Esta intervenção “foi alvo de um procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental, cuja Decisão sobre a Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (DCAPE) autoriza a descarga de sedimentos (mistura de areias e outros sedimentos mais finos com água) para o mar, em função dos resultados analíticos obtidos (análises aos sedimentos a dragar)”.

De acordo com a autarquia, “esta DCAPE define que ‘a deposição dos sedimentos no mar deve efetuar-se à menor profundidade possível, face às condições logísticas e operacionais do equipamento de dragagem e estado de mar verificados, de modo a garantir que os sedimentos ficam na porção ativa do perfil de praia sujeita aos processos de dinâmica transversal e longitudinal, de modo a otimizar a reposição do balanço sedimentar neste troço costeiro'”.

Mais, salienta que “as análises efetuadas aos sedimentos da Ria concluíram tratar-se de sedimentos da Classe 1”, ou seja, material dragado limpo que “pode ser depositado no meio aquático ou reposto em locais sujeitos a erosão ou utilizado para alimentação de praias sem normas restritivas”.

Estas descargas realizadas na praia do Furadouro foram, portanto, licenciadas pela APA. Trata-se de “material dragado limpo”, segundo garante a autarquia. O vídeo é autêntico, mas importa ter em atenção esta informação de contexto.

***

Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

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