Parece ter origem no TikTok, mas também está a ser partilhado no Instagram e no Threads. É um breve clip de vídeo que retrata um indivíduo a sair das instalações da sede da Polícia Judiciária, em Lisboa. Já na rua, o protagonista diz que pagou uma multa e rasga uma nota de 20 euros com os dentes, enquanto caminha para o seu automóvel estacionado alguns metros à frente.
Numa das publicações que partilham o vídeo, no Threads, questiona-se: “É isto que os governantes querem ter no nosso país?”
Mas a história é falsa. Não passa de uma encenação.
No dia 8 de janeiro, a Polícia Judiciária alertou para esta “situação falsa com recurso a vídeo“, pedindo aos cidadãos que se mantenham “atentos” e “não acreditem em tudo o que vêem” nas redes sociais.
“Um cidadão que se intitula criador de vídeos, com cerca de 216 mil seguidores, entra nas instalações da Polícia Judiciária e recria uma situação totalmente falsa. Os amigos que o acompanham filmam o ‘teatro’ e é criado todo um enredo fictício, sem qualquer fundamento, nem pelos factos, nem por qualquer interação” entre a Polícia Judiciária e o “influencer” ou “criador de vídeos”:
De acordo com a Polícia Judiciária, os “factos reais” consistem em que “o cidadão foi única e exclusivamente advertido pela equipa de segurança da Polícia Judiciária para não filmar“.
“Alertamos para a perigosidade deste tipo de conteúdos, para a desinformação e polémica que pretendem gerar. Mantenha-se atento e não acredite em tudo o que vê”, conclui-se no aviso, partilhado nas páginas oficiais da Polícia Judiciária nas redes sociais.
Entretanto, o jornal “Correio da Manhã” informou que “Otan Martins, como é conhecido, e dois outros homens, estiveram esta terça-feira à tarde [8 de janeiro] na sede da Polícia Judiciária, na rua Gomes Freire. O ‘influencer’ deixou-se filmar com um telemóvel, afirmando ter uma multa por pagar, e depois entrou no edifício. Saiu minutos depois, e num vídeo editado aparece depois a rasgar com os dentes e mastigar uma nota de 20 euros, garantindo ter pago uma multa na Polícia Judiciária”.
Uma fonte oficial da Polícia Judiciária garantiu ao referido jornal que “a história divulgada é totalmente falsa. Otan Martins entrou realmente na sede da PJ, mas foi rapidamente levado a sair pelos seguranças que estavam de serviço”.
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Avaliação do Polígrafo: