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Vídeo mostra rebeldes do grupo jihadista sírio Hayat Tahrir al-Sham a cometerem atos de violência?

Internacional
O que está em causa?
Imagens de homens amarrados e prostrados no chão circulam nas redes sociais, alegando tratar-se de atos de grande violência infligida por rebeldes do grupo HTS após a queda do regime de Bashar al-Assad. Será a situação descrita verdadeira?

“Para aqueles que partilham os crimes de Bashar al-Assad atualmente: aqui está o governo dos Omíadas que agora tenta governar a Síria!” – Esta afirmação surge, juntamente com um vídeo, num “post” feito no X/Twitter a 12 de dezembro, com mais de 1300 visualizações. O vídeo publicado tem a duração de 36 segundos e não tem áudio. Nas imagens, é possível observar dezenas de homens deitados e/ou sentados no chão de mãos atadas nas costas numa sala. Vê-se, também, homens fardados a caminhar entre estes aparentes prisioneiros.

Alguns homens são depois escoltados até uma porta, entrando numa outra sala. Nessa sala vê-se vários homens amarrados, sentados em cadeiras, aparentemente à espera de algo. No final do vídeo, há um movimento de câmara que permite ver mais homens deitados no chão noutra parte da sala.

Segundo o “Deutsche Welle“, através de uma ferramenta de pesquisa de imagem reversa, foi possível identificar uma publicação anterior do mesmo vídeo, datada de 21 de agosto de 2022, já com som e melhor resolução. O vídeo foi partilhado, à data, pela página oficial do órgão de comunicação social turco Odatv, com a seguinte legenda: “A situação atual dos sírios que incendiaram o centro de refugiados.”

Outro meio de comunicação turco, Aykiri, partilhou o mesmo vídeo no mesmo dia, descrevendo-o como “imagens e informações chocantes sobre a rebelião dos imigrantes no Centro de Repatriação de Kayseri.”

Sendo que os meios de comunicação confirmaram um incêndio num centro de refugiados em Kayseri, na Turquia, é possível verificar que o vídeo não tem qualquer relação com os rebeldes do HTS ou com a violência na Síria, mas sim com eventos ocorridos num centro de refugiados turco em 2022. Posto isto, a alegação é falsa.

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Avaliação do Polígrafo:

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