“Ontem fui atestar o carro com gasóleo aditivado, a um Intermaché da nossa zona. Fiquei logo parado ao efetuar o pagamento, carro a soluçar e desligou-se. O senhor da bomba ajudou o meu filho a chegar o carro à frente para desimpedir a saída dos outros clientes. Mas o meu carro morreu. Chamada a assistência em viagem e reboque para a oficina”, começa por se descrever num post de 13 de dezembro que acumula mais de 3.600 partilhas no Facebook.
“Hoje sou contactado pela oficina, que me diz que do tanque do carro não sai gasóleo, mas sim isto que coloco em imagem e em vídeo. Dirigi-me ao Intermarché, reclamação feita e agora aguardar. E até quando? Não se sabe”, prossegue o autor da denúncia.
Lança depois um apelo: “Se souberem de mais casos, contactem-me, para unir esforços, pois os custos vão ser avultados. Bem hajam”.
Apresenta também a imagem de uma garrafa com um líquido turvo e acastanhado e um vídeo que mostra o suposto combustível a ser vertido do tanque do automóvel para a garrafa de plástico.
O Polígrafo contactou o autor da denúncia que em resposta indicou que o caso aconteceu num posto de abastecimento do Intermarché na Covilhã, a 12 de dezembro de 2022.
João Magalhães, responsável pelo posto de abastecimento em causa, confirmou ao Polígrafo a situação e recordou que o caso aconteceu num fim-de-semana de dilúvio, tendo essa segunda-feira (12 de dezembro) e o dia seguinte sido os dias mais fortes de chuva.
“Terá sido aquando da descarga onde as tampas dos bocais enchimento – portanto, temos quatro bocais de enchimento -, um deles não terá ficado devidamente fechado, tamponado, seria o do gasóleo aditivado. Por isso, terá entrado por aí alguma água decorrente dessa chuva diluviana. Acho que isso ocorreu por volta das 18h00, ou 18h30, precisamente quando houve uma tromba de água muito intensa e terá sido por aí”, explicou Magalhães com base na informação que lhe foi prestada pelos técnicos.
O responsável do posto garantiu também que, assim que se verificou o problema, foram identificados os lesados da contaminação. Isto é, “os consumidores que nesse período de tempo até às 21h00 ou 21h30 desse dia abasteceram”.
“Na terça-feira, dia 13 de dezembro, fechámos o posto completamente até virem os técnicos da Petrobrassi – uma subsidiária da Petrotec, ou seja, a empresa que nos garante toda a manutenção dos sistemas de bombagens – até eles concluírem depois das análises feitas que efetivamente havia a contaminação. Era só do depósito do gasóleo aditivado e constataram também que efetivamente a tampa desse bocal não ficou devidamente tamponada”, esclareceu.
Nesse sentido, a mangueira de gasóleo aditivado esteve inoperacional “cerca de um mês” para que o problema fosse totalmente resolvido e não se voltasse a correr o risco de contaminação.
A situação, informa Magalhães, foi reportada às duas companhias de seguros, “a da responsabilidade civil e também a companhia de seguros do transportador, porque neste caso é responsabilidade maior do transportador porque são eles que manipulam os bocais de enchimento”.
Relativamente aos lesados, indica que as seguradoras estarão a preparar-se para lhes restituir os custos que tiveram causados pela contaminação.
“Aquilo que tenho sabido é que todos os lesados foram contactados e, segundo a última informação que tivemos de uma das companhias de seguros, as seguradoras estariam à espera que todos os lesados façam chegar os seus orçamentos de reparação e as faturas, de modo a concluírem o processo”, detalhou Magalhães.
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Nota Editorial: A classificação do artigo foi alterada após a publicação porque, por lapso, foi avaliado com um Verdadeiro, mas, mas na realidade é Verdadeiro.
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Avaliação do Polígrafo: