Nos últimos dias, o Presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO) tem sido alvo de um escrutínio especialmente afiado, depois de uma investigação da revista “Sábado” ter revelado que Oeiras já pagou em mais de 1.441 almoços um total de 139 mil euros e que as faturas de Isaltino Morais e da sua equipa mostram um “consumo maciço de lavagante, sapateira, lagosta, sushi, ostras, leitão, camarão-tigre e presunto pata negra. E tabaco, vinho, saké afrodisíaco, aguardente e Moët & Chandon”.
Numa primeira fase, Isaltino Morais menosprezou as ostras, “o prato mais barato que há”. Numa outra, deu pouca importância ao vinho escolhido para acompanhar os pratos: afinal, “Pêra Manca” é “banal“, garantiu o autarca: “Há muita gente que se deslumbra. Ainda há quem fique deslumbrado com um almoço com arroz de lavagante (…) Cinco faturas têm vinho Pêra Manca. Vinho branco Pêra Manca. Mas o jornalista, sério e rigoroso, disse ‘Pêra Manca’. Portanto, é caso para perguntar: tinto ou branco? É que há uma diferença substancial: o tinto custa 500 euros a garrafa, o branco custa 55. É um vinho branco banal.”
Tão banal que Isaltino Morais nem chega a bebê-lo: “Para mim é um sacrifício enorme. Eu só já vou a almoços e jantares por dever de oficio e continuarei a ir. Nem imaginam o esforço que eu faço para emagrecer. Tento até, muitas vezes, nesses almoços beber um copo de água e petiscar uma salada.”
Agora, no “X” (antigo “Twitter”), o autarca volta aos “assuntos do momento” com um vídeo em que mostra, passo a passo, como cozinhar uma alheira. Isaltino Morais é transmontano e, como tal, quis ensinar a Guilherme Leite, ator e fundador da Saloia TV, como conseguir uma alheira perfeita, com pele e sem recurso a azeite.
A entrevista remonta a abril de 2021, mas foi recuperada nas redes sociais para comprovar que Isaltino Morais é mesmo um homem da gastronomia: “Normalmente nos restaurantes servem-na [a alheira] sem a pele e fritam-na no óleo. Aquilo não fica bem, não é assim que se come a alheira.”
Crítica feita, o processo é “simples”, garante o autarca oeirense: “A alheira coloca-se numa frigideira, sem qualquer óleo ou azeite, em lume o mais brando possível. Com um alfinete, pica-se de um lado e do outro. Vai-se virando e vai-se picando. A alheira fica inteirinha, crocante e frita. A pele fica crocante, porque à alheira deve comer-se a pele.”
Em suma, o vídeo partilhado no “X” é verdadeiro, ainda que remonte a 2021 e não seja atual ou uma sequência das mais recentes declarações de Isaltino Morais.
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