No Facebook, publicações pós-eleições presidenciais na Venezuela garantem que Nicolás Maduro já está a cumprir o “banho de sangue” que prometeu. “Na Venezuela, Maduro disse que o faria. E fez. E o Partido Comunista Português aplaudiu a ‘democracia’ a funcionar”, lê-se na descrição de um vídeo que promete comprovar que “o derramamento de sangue prometido por Maduro começou”.
O registo mostra vários homens imóveis no chão, mas não foi gravado na Venezuela: na verdade, o vídeo mostra o resultado de um atropelamento frente a um abrigo para imigrantes na cidade de Brownsville, estado norte-americano do Texas. O acidente, que aconteceu em maio de 2023, fez oito mortos. O condutor, que provocou o atropelamento junto a uma paragem de autocarro próxima do Ozanam Center, um centro de acolhimento para imigrantes e pessoas sem-abrigo, foi detido.
O vídeo agora partilhado nas redes sociais mostra imagens explícitas dos mortos e de alguns feridos graves. Ouvem-se ainda pessoas a falar espanhol e a pedir calma às vítimas, ao mesmo tempo que se vê uma placa (“El Calentano Auto Sales”) e um outdoor político (Jesus Rosas Jr for Cameron Country Sherif). Quer a loja de carros quer a campanha para as eleições de 2024 constituem provas de que o vídeo não foi gravado na Venezuela.
Apesar disso, a verdade é que já há registo de mortes em protestos na Venezuela desde que Nicolás Maduro foi declarado reeleito pelo Conselho Nacional de Eleições (CNE).
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