“Uma coisa estranha: estava a vir de Pontevedra para Vigo. Na portagem não inseri pagamento mas saiu este recibo. Será que já paguei com a Via Verde portuguesa ou vou pagar como?”, questiona a autora de uma recente publicação num grupo do Facebook dedicado a experiências de viagens.
Exibe uma imagem do suposto talão que terá sido emitido. Conduzia um veículo da Classe 1, no momento de passagem pela portagem, no dia 12 de agosto. E com base na informação que consta nesse talão, assim como pelo trajeto indicado pela viajante, infere-se que a situação terá ocorrido na AP-9 – que faz a ligação entre a cidade galega de Ferrol e a fronteira portuguesa -, sob a alçada da concessionária Autopistas del Atlántico.
Em resposta à pergunta colocada, houve quem comentasse indicando que o serviço “Via Verde funciona em Espanha”. Por outro lado, outros avisaram que “não é assim em todas as autopistas” (equivalentes às autoestradas portuguesas) localizadas no país vizinho.
Mas será mesmo assim?
Ao Polígrafo, fonte oficial do Grupo Brisa, que comercializa o serviço de Via Verde, começou por explicar que “a situação descrita levanta dúvidas, pois não há qualquer emissão de ticket na utilização da Via Verde nas autoestradas em Espanha em que o serviço está disponível”. Sublinhou que apenas “com os dados de cliente se poderá validar que a transação foi registada no sistema e será debitada tal como qualquer outro serviço da Via Verde”.
No entanto, o Grupo Brisa informou que existe um “serviço Via Verde para portagens em Espanha (Traveller)” que “está disponível em determinadas autoestradas” – embora não em todas -, conforme descrito na respetiva página.
Divulgamos aqui a lista das autopistas espanholas abrangidas:
Desta feita, a “utilização do serviço Traveller pressupõe que as passagens do cliente, subscritor deste serviço, em Espanha serão debitadas a posteriori como os restantes serviços Via Verde”. No caso em concreto que terá ocorrido na Galiza, a Brisa disse necessitar “de informação do cliente para poder confirmar o eventual débito na Via Verde” – embora ressalve que, em casos desta natureza, “não é emitido qualquer ticket para o cliente que utilize um identificador válido da Via Verde”.
Porém, a mesma fonte realça que “para a utilização do serviço, é necessária a utilização de um Identificador MDR” – no site da empresa descrito como um “identificador da nova geração” que é “tecnologicamente mais evoluído, o que permite acesso a mais funcionalidades e serviços”, nomeadamente “ao serviço Via Verde Traveller”. Um dispositivo diferente, portanto, do denominado LDR, da “geração anterior”.
A Brisa notou ainda que esse “serviço está disponível, por defeito, nas modalidades VV Autoestrada e VV Mobilidade/Leve (serviço ativo por defeito para classes 1, 2 e 5, exceto para RAC [rent-a-car])”. Particularidades que importa ter em conta caso esteja a ponderar conduzir pelas referidas autoestradas.
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Avaliação do Polígrafo: