A 18 de novembro, o jornal oficial do Chega partilhava a seguinte notícia: “Cães proibidos em espaços verdes porque imigrantes têm medo.” No entanto, o superlead desmentia imediatamente o pressuposto do título: afinal, foi só “um grupo de ação climático” que “recomendou ao Governo do País de Gales proibir a presença de cães em parques ou jardins, pois os imigrantes alegam sentir ‘estar em perigo’ na presença destes animais”.
No X, André Ventura conseguiu deturpar ainda mais aquilo que já era um título enganador. Com um recorte da notícia a servir de apoio, escreveu o seguinte: “Agora até os animais incomodam, só para agradar aos imigrantes. Se estão cá então têm de se adaptar à nossa cultura e não o contrário. Se não estão bem, já sabem qual o caminho.”
Mas é falso. Esta não é uma medida real e muito menos foi aplicada em Portugal. Trata-se de uma deturpação através de um relatório publicado a 6 de novembro no site do Governo Galês pelo Climate Cymru BAME. Neste documento só é referida uma única vez a palavra “cão”: para recomendar a criação de espaços urbanos para agricultura (lotes) e zonas livres de cães em espaços verdes. Nunca é referido que os imigrantes têm medo dos cães ou que estes devem ser proibidos.
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Avaliação do Polígrafo: