"Não é não". Palavras de um Luís Montenegro animado, na sede nacional do PSD, enquanto reagia à demissão de António Costa, esta terça-feira. Em causa a possibilidade de um acordo pós-eleitoral com o Chega em caso de necessidade para formar maioria na sequência das próximas eleições legislativas.

Já é a terceira vez que me perguntam, depois de eu ter dito aqui que 'não é não'", reforçou o social-democrata. O cerco à direita radical de Ventura estava feito (como nem sempre esteve) e poderia até pensar-se que Montenegro foi o primeiro a deixar claro que não queria uma relação com o Chega. Não foi.

Por pior relação com Rui Rio (então líder do PSD) ou por mudança de opinião, Ventura já sabia, ainda antes de ser deputado e de ter até um grupo parlamentar, que nunca negociaria com os sociais-democratas. Deixou-o claro em agosto de 2019, no Facebook, com um pedido no mínimo caricato.

"Por favor, se eu algum dia andar publicamente a implorar por coligações - ou melhor, Alianças - à direita ou o centro direita...e ninguém me ligar nenhuma, afastem-me da liderança do Chega. Internem-me pela figura ridícula. Mandem-me fazer programas com o Castelo Branco ou com o Cláudio Ramos", escreveu o líder do Chega naquela rede social.

O que é certo é que a chegada de Luís Montenegro ao partido, ou até a possibilidade de um retorno de Pedro Passos Coelho, "moderaram" Ventura: o líder do Chega continua a descartar acordos parlamentares sem presença no Executivo, mas aceita um lugar no Governo ao lado do PSD. E mesmo que Montenegro não queira, Ventura reforça: "Em qualquer circunstância, independentemente das exigências que o senhor Presidente da República venha a fazer à direita em matéria de Governo, o Chega terá uma atitude proativa e positiva na construção dessa alternativa."

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