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“Um número que devia assustar”. Segurança Social terá saldo negativo de 228 mil milhões de euros até 2060?

Política
O que está em causa?
O deputado Carlos Guimarães Pinto, do Iniciativa Liberal, alerta para dados preocupantes de um relatório do Tribunal de Contas sobre o sistema da Segurança Social. "Com as coisas como estão, a diferença entre as receitas futuras e responsabilidades futuras do sistema de pensões em Portugal é negativa em mais de 228 mil milhões de euros", sublinha. Confirma-se?
© Agência Lusa / Manuel de Almeida

“No meio da espuma dos dias, escapou o relatório do Tribunal de Contas com uns valores preocupantes em relação ao futuro das contas públicas e das pensões”, escreveu Carlos Guimarães Pinto, deputado do Iniciativa Liberal, numa publicação no X/Twitter que remete para a “Auditoria ao Relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social”, do Tribunal de Contas, publicado no dia 22 de janeiro.

Segundo o deputado liberal, “o Tribunal de Contas apresentou um número que devia assustar todas as pessoas que esperam viver e trabalhar nas próximas décadas”, uma vez que “com as coisas como estão, a diferença entre as receitas futuras e responsabilidades futuras do sistema de pensões em Portugal é negativa em mais de 228 mil milhões de euros“.

Um número que corresponde “a 10 vezes mais que o valor do PRR e 20 vezes mais que o valor do custo do aeroporto de Lisboa” e que “terá que ser cortado em pensões ou ser reposto em impostos e contribuições”.

Estas alegações têm fundamento?

Sim. De acordo com o relatório do Tribunal de Contas, no período de 2024 a 2060, “considerando o conjunto das responsabilidades financeiras futuras para o Estado Português no domínio da proteção social de natureza contributiva, que compreendem o Sistema Previdencial e o Regime de Proteção Social Convergente, verifica-se que os ativos não são suficientes para cobrir todos os passivos, existindo um saldo atuarial negativo de 228 mil milhões de euros (-96,1% do PIB real de 2023), evidenciando o desequilíbrio existente quando considerados em conjunto os dois sistemas”.

“A posição financeira líquida estimada para o conjunto dos sistemas públicos de proteção social de natureza contributiva é de apenas 85,54%. Tal significa que os ativos do sistema são 14,46% inferiores aos necessários para assegurar o financiamento dos encargos com prestações sociais a atuais e futuros beneficiários”, conclui-se no documento.

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Avaliação do Polígrafo:

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