Após o Ministério da Saúde (MINSA) de Angola ter assegurado em comunicado de imprensa, datado de 2 de setembro, que todas as amostras de casos suspeitos de Mpox (varíola dos macacos) até à data eram negativas, foi partilhado um vídeo no Facebook, no dia 14 de setembro, a dar como confirmado um caso do vírus em território angolano.
“Insólito! Angola já tem caso confirmado de varíola de macaco”, destaca-se na legenda da publicação, que já conta com centenas de reproduções e reações. Ainda na descrição do post, o autor pede aos cidadãos para tomarem cuidado com a doença. “Cuidem-se. Apesar disso, todo o cuidado é pouco”, alerta.
Apesar de o som do vídeo ser quase inaudível, ainda assim ouvem-se pessoas a questionarem em que localidade é que o cidadão contraiu a doença. Vestido com calças do Exército, das Forças Armadas Angolanas (FAA), além de um casaco sobre os braços, o jovem exposto no vídeo tem vários furúnculos no corpo, manifesta uma respiração ofegante e a boca coberta por uma máscara cirúrgica.
Confirma-se que este militar é o primeiro infectado com Mpox em Angola?
Não. No dia seguinte à partilha do vídeo, o Ministério da Saúde de Angola voltou a negar a existência da doença em território angolano. Ou pelo menos a existência de casos comprovados.
Na nota de imprensa enviada ao Polígrafo na quarta-feira, 18 setembro, mas rubricada pelo MINSA a 15 do mês em curso, garante-se que não há casos de Mpox em Angola.
Sobre aquele caso específico do vídeo, o MINSA informa que “se tratou de um paciente do sexo masculino, 46 anos de idade, nacionalidade angolana, com sintomas de lesões cutâneas (borbulhas) e febre, que deu entrada no Hospital Municipal do Cuimba”, província do Zaire.
De acordo com o MINSA, “o cidadão em causa foi evacuado para o Hospital de Mbanza Kongo imediatamente e, no âmbito do Plano Nacional e Contingência para o Controlo do Mpox, a equipa de resposta rápida da província do Zaire iniciou a competente investigação, não tendo sido encontradas evidências clínicas da doença naquele caso. A 11 de setembro, foram enviadas amostras do caso suspeito ao Laboratório do Instituto Nacional de Investigação em Saúde, tendo-se revelado negativa para o vírus Mpox”, informa.
Por outro lado, o MINSA assegura também que permanece em estado de “alerta máximo” para “proteger o país e as suas populações” do Mpox.
Até ao momento, a enfermidade afecta 15 países africanos, incluindo a República Democrática do Congo e a Zâmbia, que partilham uma extensa fronteira com Angola.
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Avaliação do Polígrafo: