“Passos Coelho → Desemprego Total 17,7% → Desemprego jovem 42,1% (aumento de 6% de 2012 para 2013, depois de ter mandado a malta emigrar)”, lê-se numa publicação partilhada, na quarta-feira, na rede social X/Twitter, que apela a que não se deixe “passar mentiras” veiculadas por apoiantes da governação social-democrata.
Isto porque, nos meses finais do Executivo liderado pelo socialista António Costa, prossegue a alegação, essas mesmas taxas eram bastante mais baixas: 6,5% de desemprego total e 20,3% de desemprego jovem.

Será que os dados apresentados estão corretos?
De facto, segundo a mais recente atualização das “Estatísticas do Emprego” do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada a 7 de fevereiro deste ano, em 2023, a taxa de desemprego total em Portugal foi de 6,5%, um aumento na ordem dos 0,4 pontos percentuais em relação a 2022. Já a “taxa de desemprego de jovens (16 a 24 anos) situou-se em 20,3%, mais 1,2 p.p. do que no ano anterior”, lê-se no boletim, que sustenta a informação citada na publicação analisada relativamente ao Governo de António Costa.
Já no que diz respeito às alegações referentes ao período de governação de Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2015, uma notícia do jornal “Público”, de 9 de maio de 2013, informou, com base em dados do INE, que “a taxa de desemprego passou de 16,9% no final de 2012 para 17,7% no primeiro trimestre” do ano seguinte, o que seria “um novo máximo histórico em Portugal”. A mesma fonte acrescentou ainda que a “tendência de subida do desemprego entre os jovens também se manteve no primeiro trimestre de 2013, passando de 40% para 42,1%”, o que parece confirmar os dados veiculados.
Mas consultando a base de dados atualizada do INE, que conta já com as mais recentes percentagens relativas ao ano de 2023, constata-se que, no 1.º trimestre de 2013, a taxa de desemprego total fixou-se nos 18,5%. Já no que diz respeito ao desemprego jovem, referente apenas à faixa etária entre os 16 e os 24 anos, a taxa fixa-se nos 42,6%. Ambos foram os valores mais altos de que há registo desde, pelo menos, o 1.º trimestre de 2011.
A ligeira discrepância relativa aos valores citados pelo “Público” explica-se por uma alteração da métrica para fazer tal comparação, segundo explica uma nota que acompanha a tabela do INE: “Todas as estimativas relativas à série de 2011 (em vigor do 1.º trimestre de 2011 ao 4.º trimestre de 2020) foram revistas no âmbito do exercício de reconciliação com a série de 2021, possibilitando assim a comparação das estimativas entre as duas séries.”
Apesar de terem sido verificados ligeiros ajustes nos valores citados na publicação analisada, referentes ao Governo de Pedro Passos Coelho, a tese divulgada no tweet é verdadeira.
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Avaliação do Polígrafo: