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Tarifa social da Internet só entrará em vigor “quando acabarem as aulas” em junho?

Política
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Num "post" de 8 de fevereiro no Facebook difunde-se a seguinte alegação: "Ensino recomeça. Tarifa social da Internet só em junho… Deve ser para quando acabarem as aulas". Verdade ou falsidade?

“Você gosta de ser gozado por estes governantes, não gosta? Acorda povo! Ensino recomeça. Tarifa social da Internet só em junho… Deve ser para quando acabarem as aulas“, lê-se no texto do post, exibindo uma montagem sobre uma capa do jornal “Diário de Notícias” com variantes da mesma mensagem e uma imagem do primeiro-ministro António Costa, alvo da crítica.

A pedido de vários leitores, o Polígrafo verifica.

No dia 21 de abril de 2020, o Governo aprovou o “Plano de Ação para a Transição Digital“. Na medida nº4 da resolução do Conselho de Ministros nº30/2020, publicada em “Diário da República”, determina-se a “criação de uma tarifa social de acesso a serviços de Internet, que permita a utilização mais generalizada deste recurso, de forma a promover a inclusão e literacia digital nas camadas mais desfavorecidas da população“.

Porém, essa medida ainda não foi concretizada até ao momento e o prazo previsto para a sua entrada em vigor é mesmo o mês de junho de 2021, tal como foi admitido pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, no dia 10 de fevereiro. 

Em audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, quando falava sobre a distribuição de computadores aos alunos, Siza Vieira afirmou que “a tarifa social da Internet não é dirigida aos alunos, porque esses terão uma solução de conetividade gratuita, é dirigida às famílias carenciadas. Faz parte do programa do Governo, estamos a trabalhar nisso: aquilo que temos mais ou menos como âmbito de aplicação serão as mesmas famílias que têm acesso à tarifa social da eletricidade. A ideia é que possam beneficiar de uma ligação à Internet a um preço reduzido” (pode conferir aqui, na gravação em vídeo da intervenção). 

O ministro da Economia e da Transição Digital indicou então uma previsão temporal para a aplicação da redução de preço: “Esta solução está a ser trabalhada e o nosso objetivo é tê-la até junho. Não foi possível face, digamos assim, às perturbações que a pandemia também nos causou, na atenção dos membros do Governo e das próprias empresas de telecomunicações… Demorou-nos mais tempo e não conseguimos fazer isso dentro do ano de 2020, como teríamos feito, se não tivesse ocorrido de outra forma as prioridades da nossa atuação”.

De acordo com o novo calendário escolar para este ano letivo, o calendário escolar está assim estruturado:

  • Pré-escolar e dois ciclos do ensino básico terminam em 8 de julho
  • 7.º, 8.º e 10.º anos em que não haja exames terminam em 23 de junho
  • 9.º, 11.º e 12.º anos terminam no dia 18 de junho.

Ou seja, caso se cumpra o calendário previsto por Siza Vieira, a tarifa começará a ser aplicada mesmo na reta final do ano letivo de 2020/2021. 

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

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