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Tânger Corrêa afirmou que Slobodan Milosevic, acusado de crimes contra a humanidade, “não era má pessoa”?

Política
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Tânger Corrêa admitiu nutrir "simpatia" por "figuras como Milosevic". Em entrevista à rádio "Observador", no programa "Sob Escuta", o cabeça-de-lista do Chega às eleições Europeias defendeu que o ex-presidente da antiga Jugoslávia "não era má pessoa". Mas não foi esta "figura" acusada de dezenas de crimes contra a humanidade?

O cabeça-de-lista do Chega às eleições europeias, António Tânger Corrêa, esteve esta manhã no programa “Sob Escuta”, da rádio “Observador”, e não poupou nas teorias da conspiração, assim como não se esqueceu de uma personalidade por quem nutria “simpatia”.

De uma alegada existência de “Nova Ordem Mundial” com várias figuras de topo da política mundial, entre os quais Emmanuel Macron, à sugestão de que trabalhadores judeus nas Torres Gémeas foram avisados do 11 de setembro para não estarem no local, Tânger Corrêa chegou a Slobodan Milosevic: “Tive alguma simpatia com figuras como Milosevic, que era uma pessoa que era completamente pró-americano e foram os americanos que lhe fizeram a cama e ele como pessoa não era má pessoa, já a mulher não era a mesma coisa. A mulher dele é que era uma pessoa complicada.”

Tânger Corrêa referia-se ao ex-presidente da antiga Jugoslávia, que morreu no centro de detenção do tribunal de Haia, nos Países Baixos, quando aguardava pela sentença. Sobre si recaíam 66 acusações de genocídio pelo massacre de mais de 200 mil pessoas no conflito da Bósnia, crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos na Croácia, Bósnia e Herzegovina e Kosovo entre 1991 e 1999.

Durante o julgamento – que foi interrompido pela morte do acusado – foram ouvidas 295 testemunhas e apresentadas ao Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas para a ex-Jugoslávia (TPIJ) cinco mil provas.

A procuradora do caso, Carla Del Ponte, considerava que a riqueza das provas apresentadas ao TPIJ garantia evidência suficiente para suportar a condenação das 66 acusações.

O julgamento do ex-presidente sérvio começou a 12 de fevereiro de 2002 e, à data da sua morte, aguardava a provável sentença de prisão perpétua. Ao longo do processo, várias foram as interrupções devido aos problemas de saúde do líder sérvio.

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UE

Este artigo foi desenvolvido pelo Polígrafo no âmbito do projeto “EUROPA”. O projeto foi cofinanciado pela União Europeia no âmbito do programa de subvenções do Parlamento Europeu no domínio da comunicação. O Parlamento Europeu não foi associado à sua preparação e não é de modo algum responsável pelos dados, informações ou pontos de vista expressos no contexto do projeto, nem está por eles vinculado, cabendo a responsabilidade dos mesmos, nos termos do direito aplicável, unicamente aos autores, às pessoas entrevistadas, aos editores ou aos difusores do programa. O Parlamento Europeu não pode, além disso, ser considerado responsável pelos prejuízos, diretos ou indiretos, que a realização do projeto possa causar.

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