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Talibãs pediram ajuda a países vizinhos para chegar a Jerusalém e juntar-se ao Hamas?

Guerra Israel-Hamas
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Declaração associada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Emirado Islâmico do Afeganistão circula em várias redes sociais desde ontem: nela lê-se que o Governo interino dos Talibãs de Cabul pediu ajuda aos países vizinhos para chegar a Jerusalém, supostamente para lutar contra o exército israelita. É verdade?

“Domingo às 3h50m da manhã: A organização terrorista talibã, que controla o Afeganistão, terá pedido passagem aos países vizinhos para que se pudesse juntar ao Hamas no ataque a Israel”. Esta mensagem foi partilhada milhares de vezes nas redes sociais desde que o exército do Hamas atacou Israel, que respondeu com violência extrema na Faixa de Gaza. No último balanço, fontes oficiais israelitas e palestinianas estimavam mais de 600 mortos e milhares de feridos.

A suposta declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Emirado Islâmico do Afeganistão alerta para o facto de os talibãs se quererem juntar ao Hamas no ataque a Israel: a circular em urdu e inglês, será que tem algum fundo de verdade?

Segundo o “SAMAA Digital”, a declaração associada ao Governo do Afeganistão não é verdadeira e vai completamente contra os fatos transmitidos pelo Ministério talibã. Na verdade, o gabinete dos Negócios Estrangeiros emitiu um comunicado que dizia o seguinte: “O Afeganistão tem seguido de perto os recentes eventos na Faixa de Gaza e considera que estes são o resultado da violação dos direitos da nação palestina, oprimida pelos sionistas israelitas, e repetidos insultos e desrespeito aos lugares sagrados muçulmanos.”

A declaração defende ainda que “qualquer tipo de defesa e resistência do povo palestiniano pela liberdade da sua terra e dos lugares sagrados é seu direito legítimo“.

“O Emirado Islâmico do Afeganistão declara o seu apoio ao direito legítimo, histórico e legal do povo palestiniano de ter um país permanente na terra histórica Palestina e apela aos países islâmicos, à Organização de Cooperação Islâmica (OIC), à comunidade internacional e especialmente aos países influentes da região para parar a violência das forças de ocupação israelitas”, conclui.

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Avaliação do Polígrafo:

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