O clima de instabilidade geopolítica que se sente entre os países, tem vindo a aumentar devido às guerras que têm surgido, primeiro com a invasão russa à Ucrânia e mais recentemente a guerra entre a Palestina e Israel. Com isto, multiplicam-se também diversas publicações que procuram informar, mas também desinformar, sobre a atual situação.
Foi o que aconteceu com um post feito no Facebook no dia 2 de maio. “Submarino russo SSBN classe phoon transporta enorme míssil subaquático“, lê-se na descrição da publicação que indica que a imagem terá sido captada em Los Angeles, nos Estados Unidos da América (EUA).
O texto é acompanhado por uma imagem onde se vê o suposto submarino carregado com o que aparenta ser um míssil.
Será a informação verdadeira?
Não. Através de uma pesquisa pela imagem no “Google Images”, verifica-se que esta não corresponde à informação que publicação pretende passar.
Na realidade, de acordo com uma publicação difundida na conta de Facebook do Museu Naval Submarino dos EUA, em 2022, a imagem mostra um veículo de resgate de submersão profunda da classe Mystic da Marinha dos EUA a bordo de um submarino chamado Deep Submergence Rescue Vehicle (DSRV-2 Avalon). A tese é corroborada pela presença de uma bandeira americana visível no fundo da fotografia.
No site do museu de Morro Bay, que detém a máquina histórica, informa-se que o “DSRV Avalon é uma das duas máquinas construídas para resgatar tripulações de submarinos abatidos” e sublinha-se a importância e raridade da peça “na história naval e da tecnologia marítima dos EUA”.
A publicação feita em 2022 Museu Naval Submarino dos EUA dá ainda conta de que a fotografia foi tirada durante o exercício de resgate internacional Sorbet Royal, em setembro 1992, data em que a fotografia foi capturada.
Assim, a alegação feita na publicação é falsa. O submarino não pertence ao exército naval russo nem sequer é atual.
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Este artigo foi desenvolvido pelo Polígrafo no âmbito do projeto “Geração V – em nome da Verdade”, uma rede nacional de jovens fact-checkers. O projeto foi concretizado em parceria com a Fundação Porticus, que o financia. Os dados, informações ou pontos de vista expressos neste âmbito, são da responsabilidade dos autores, pessoas entrevistadas, editores e do próprio Polígrafo enquanto coordenador do projeto.
*Texto editado por Marta Ferreira.
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Avaliação do Polígrafo: