A imagem em causa surgiu nos últimos dias em várias redes sociais, do Facebook ao X/Twitter, por entre apelos ao voto “pela maioria absoluta do Chega”. O partido de André Ventura que terá alcançado pela primeira vez a liderança das intenções de voto (em empate técnico com o PS e a AD) numa sondagem do CESOP – Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (da Universidade Católica Portuguesa) referente às próximas eleições legislativas.
De acordo com o suposto resultado dessa sondagem, o PS obteve 26,7% das intenções de voto, quase a par da AD com 25,2% e do Chega com 24,6%. Os restantes partidos ficaram a grande distância: BE (5,6%), IL (5,4%), CDU (3,1%), Livre (2,2%) e PAN (1,7%).

Mas, na realidade, a última sondagem do CESOP foi divulgada no dia 5 de fevereiro e atribuiu 19% das intenções de voto (com distribuição de indecisos) ao Chega, a distância considerável da AD que recolheu 32% e do PS com 28%. Margem de erro de 2,8%, sublinhe-se.
Aliás, esta foi uma das sondagens mais favoráveis para o Chega até ao momento. No dia 13 de fevereiro, uma nova sondagem da Intercampus colocou o Chega ao nível de 16,5% das intenções de voto.
Desde novembro de 2023, quando o Presidente da República dissolveu a Assembleia da República e convocou eleições legislativas antecipadas, o partido de Ventura tem oscilado nas sondagens entre um ponto mínimo de 13,5% e um ponto máximo de 21%.
A imagem que está a ser partilhada nas redes sociais apresenta um resultado falsificado da sondagem do CESOP, gerando assim desinformação.
Entretanto, a 23 de fevereiro, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) informou que vai abrir um processo de averiguações a uma sondagem divulgada pelo Chega. O inquérito de opinião em causa foi realizado por uma empresa brasileira não credenciada em Portugal e difundido nas redes sociais e no jornal oficial do Chega – “Folha Nacional”.
O líder do Chega, André Ventura, reagiu no mesmo dia, afirmando: “Não temos nada a ver com a empresa, não pedimos a sondagem. Foi publicada na imprensa brasileira. (…) Era o que faltava o Chega não poder partilhar a notícia. É um ataque e perseguição permanente a um partido.”
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