O nome “LxReSist” foi anunciado a 26 de agosto de 2024, depois de, nessa madrugada, um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter, com epicentro em Sines, atingir várias regiões portuguesas. A coordenadora do programa programa municipal ReSist, Cláudia Pinto, anunciou aos jornalistas que a autarquia lisboeta iria lançar, ainda nessa semana, uma “aplicação” para os cidadãos.
O objetivo era que estes pudessem ter acesso informação rápida e pormenorizada sobre o risco sísmico nas suas próprias casas. Em declarações à Lusa, Cláudia Pinto adiantou não só que a aplicação iria elencar as “prováveis vulnerabilidades sísmicas de um determinado edifício, tendo em conta a sua idade, e que ações podem ser adotadas para prevenir esse risco”, mas também que esta estava “praticamente pronta” a ser apresentada aos lisboetas.
Da garantia à aplicação da promessa foram mais de dois meses. A 30 de outubro de 2024, Joana Almeida, vereadora do Urbanismo, dos Sistemas de Informação e Cidade Inteligente e da Transparência e Prevenção da Corrupção na Câmara de Lisboa, apresentou uma “aplicação” que agora já se chamava “plataforma“. Também os objetivos eram diferentes: o “site“, já disponível, serviria para apresentar soluções para mitigar o impacto de um sismo “no nosso edifício”, na “nossa casa” e na “nossa família”.
No “site” da “plataforma” há, no entanto, uma “aplicação” que não funciona como tal: não pode ser instalada, nem em android nem em ios, e assemelha-se mais a um “powerpoint”.
No “slide” número dois, a “LxReSist” já se apresenta novamente como uma “plataforma” que serrve como “ferramenta interativa que permite ao cidadão tomar decisões informadas e adotar medidas para minimizar o impacto de um eventual sismo sobre os edifícios”. E faz prova do seu carácter meramente informativo: “Para avaliar a vulnerabilidade sísmica do seu edifício deverá contactar um especialista qualificado.”
Ou seja: não existe nenhuma aplicação móvel e, desse ponto de vista, a garantia não foi cumprida. No entanto, e como justificou Carlos Moedas quando confrontado pelos jornalistas – e pós-críticas do PS – “existe um site“.
“Existe um site, que é o mais importante. Como sabem, eu não vou agora aqui definir, como engenheiro, o que é uma aplicação, é só um site, é ir à Internet. Estar a politizar e a fazer críticas políticas num momento em que há um sismo em Lisboa é política ao seu mais baixo nível. Penso que isso não deveria acontecer se estivéssemos a viver um momento de extremismo, de populismo. Num momento como este, esse tipo de críticas realmente mostram muito sobre o que é que o Partido Socialista se tornou nestes últimos tempos”, considerou Carlos Moedas.
______________________________
Avaliação do Polígrafo: