“Das pessoas que fez mais mal ao Eusébio, foi o João Malheiro (…). Diz ele que era muito amigo do Eusébio, mas não era. (…) Porque o Eusébio diversas vezes dizia para mim: ‘não passes [impercetível] ao João Malheiro, aqueles livros é para ele ganhar umas notas, que eu estou-me marimbando para o João Malheiro’ (…) Quando cheguei a casa do Eusébio, depois começar-se a preparar o funeral e a Flora diz assim para mim: Luís, há uma pessoa que não pode estar perto do caixão do Eusébio, é o Malheiro. (…) O Eusébio não era amigo do João Malheiro, vamos ser claros nisto.”
Estas foram as frases mais contundentes de Luís Filipe Vieira sobre João Malheiro e a sua relação com Eusébio, proferidas esta segunda-feira, em entrevista concedida à CMTV.
Apesar destas críticas a João Malheiro e à convicção expressada de que o comentador desportivo não era amigo de Eusébio – insinuando que apenas tinha com ele uma relação de interesse –, Luís Filipe Vieira fez o prefácio ou escreveu o texto de abertura de quatro livros da autoria de João Malheiro, todos editados pelo Grupo Almedina.
“Obrigado a todos eles e, como não podia deixar de ser, uma palavra especial dedicada ao João Malheiro por mais um livro que consagra a história do Benfica. A obra merece os artistas e os artistas merecem a obra!”.
Dois deles sobre o Benfica: “Benfica – Campeão com História” (2010) e “Benfica – No Desenho da História” (2012). Além das naturais referências à instituição, o então presidente dos “encarnados” não deixou de dirigir-se ao autor no prefácio da segunda obra: “Obrigado a todos eles e, como não podia deixar de ser, uma palavra especial dedicada ao João Malheiro por mais um livro que consagra a história do Benfica. A obra merece os artistas e os artistas merecem a obra!”.
Mas Luís Filipe Vieira prefaciou ou teve participação especial em livros de João Malheiro sobre o próprio Eusébio e, um deles, já depois da sua morte e da alegada conversa que a viúva do “Pantera Negra” teve consigo sobre o também antigo diretor de comunicação do Benfica.
No primeiro, “(E)Ternamente Eusébio” (2011), Vieira assinou um dos dois textos de abertura da obra (o outro, foi da autoria do então Presidente da República, Cavaco Silva). No segundo, “Eusébio: tributo” (2016), foi o autor do prefácio. Esta foi já uma obra póstuma (Eusébio morreu em janeiro de 2014), portanto, já posterior ao diálogo entre Luis Filipe Vieira e Flora Bruheim Ferreira, supostamente ocorrido nas primeiras horas após a morte do antigo jogador, contado pelo próprio Vieira na entrevista à CMTV.
Recorde-se ainda que, no passado dia 23, no Estádio da Luz (junto à estátua de Eusébio), ocorreu a cerimónia de lançamento da nova edição de “(E)ternamente Eusébio”, estando presentes João Malheiro e Flora Bruheim Ferreira.