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Sessão comemorativa do 25 de abril na Assembleia da República vai custar 2 milhões de euros?

Coronavírus
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
No contexto da polémica em torno da sessão solene comemorativa do 46º aniversário da revolução de 25 de abril de 1974, agendada para o próximo sábado na Assembleia da República, em pleno período de pandemia do coronavírus, surgiram várias publicações nas redes sociais denunciando que vão ser gastos 2 milhões de euros nessa iniciativa. Verdade ou mentira?

“Povo devia ir todo comemorar o 25 de abril era a mandar ovos podres aos nossos governantes como protesto, isto é uma palhaçada, uma falta de respeito pelo povo”, destaca-se numa das publicações em causa.

“Mas eles querem festa! Vão gastar num só dia 2 milhões de euros, para festejar o 25 de abril. Porque eles querem justificar ao povo que trabalham! Querem ter um palco para fazer bonitos discursos e aparecerem nas televisões! Vergonha nacional”, acrescenta-se.

 

Esta referência à suposta despesa de 2 milhões de euros aparece em várias publicações e também em caixas de comentários a notícias difundidas nas redes sociais.

Confirma-se que a sessão solene comemorativa do 46º aniversário da revolução de 25 de abril de 1974 na Assembleia da República vai custar 2 milhões de euros aos contribuintes?

O Polígrafo questionou o secretário-geral da Assembleia da República, Albino de Azevedo Soares, sobre a alegada despesa de 2 milhões de euros, tendo obtido do respetivo gabinete o seguinte esclarecimento:

“Relativamente ao solicitado, informa-se que a sessão solene, agendada para o dia 25 de abril de 2020, tem um custo projetado da ordem dos 3.000,00 euros.

Para referência, informa-se que as comemorações do 45.º aniversário do 25 de abril  de 2019, na Assembleia da República, incluindo a sessão solene e o ‘Parlamento de Portas Abertas’, tiveram um custo de 47.389,57 euros“.

Concluímos assim que as publicações sob análise estão a reproduzir desinformação, ao apontarem para um valor de despesa grosseiramente inflacionado.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

 

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