O socialista analisou ontem à noite, na CNN Portugal, as afirmações de Luís Montenegro, que garantiu que os incêndios que têm assolado o país nos últimos dias têm mão criminosa. Sérgio Sousa Pinto considerou como “pouca pedagógicas”, no mínimo, as palavras do Primeiro-Ministro já que, “sendo certo que os incendiários existem, o problema com os incêndios em Portugal tem que ver com certas características do país” e pediu que não se “atirasse as responsabilidades” para os proprietários, já que “praticamente toda a propriedade florestal” em Portugal é privada mas sem “valor económico”. É verdade?
Sim. De acordo com os últimos dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) – que remontam a 2015 (o indicador tem sido atualizado em intervalos de cinco e dez anos) -, apenas 2,91% da área florestal era pública em 2015, ou seja, detida pelo Estado e outros entes públicos). Segundo a análise do ICNF, o remanescente é “detido por comunidades locais” (6% em regime florestal parcial obrigatório) e por proprietários privado (91%). Destes, 4% são “geridos por empresas industriais”.
Estima-se ainda que existam entre 200 mil a 400 mil proprietários privados de área florestal em Portugal, além de cerca de 20% sem proprietário conhecido. Além disso, de acordo com as últimas estimativas, apenas cerca de 20% da área florestal em Portugal dispõe de um plano de gestão.
Em suma, a afirmação de Sérgio Sousa Pinto está correta: praticamente toda a área florestal portuguesa é privada.
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Avaliação do Polígrafo: