Há uma semana, o Serviço de Segurança da Ucrânia efetuou um ataque de drones a bases aéreas na Rússia, tendo atingido mais de 40 aviões bombardeiros. Entretanto, tornou-se viral uma sequência de vídeos que mostra alegadamente a operação “Teia de Aranha” a ser executada, em que se vê a destruição de aeronaves de modelo TU-95.
O vídeo foi publicado em nove partes por uma conta do Tiktok, tendo uma destas acumulado mais de 14,7 milhões de visualizações.
Apesar de ter convencido alguns internautas, houve quem revelasse desconfiança relativamente à veracidade das imagens devido aos gráficos apresentados. E, na verdade, a gravação não é do ataque de drones noticiado a 1 de junho, nem corresponde sequer a uma situação real.
Segundo o “Lead Stories”, os elementos visuais presentes na imagem são exatamente iguais aos que aparecem em algumas capturas de ecrã do “Arma 3”, um videojogo que é frequentemente utilizado para enganar utilizadores das redes sociais de forma a que estes acreditem que as imagens do jogo são gravações reais de conflitos.
Em 2023, a Bohemia Interactive, empresa que desenvolveu o jogo, emitiu um comunicado para alertar que o jogo estava a ser utilizado para alimentar fake news e propaganda de guerra.
“Embora seja um elogio que o ‘Arma 3’ simule conflitos militares modernos de forma tão realista, não nos agrada que possa ser confundido com imagens reais de combate e usado como propaganda de guerra”, apontou.
A empresa destacou ainda que existem várias formas de distinguir imagens do jogo de situações reais, nomeadamente através dos efeitos pouco realistas nas explosões, da baixa resolução dos vídeos e do facto de estes serem frequentemente filmados à noite, com o objetivo de disfarçar as limitações gráficas do cenário.
O ataque do último domingo, para o qual foram utilizados 117 drones, terá destruído 34% dos bombardeiros estratégicos russos, o que representa um prejuízo de mais de sete mil milhões de dólares (cerca de 6,1 mil milhões de euros). Ainda não houve confirmação da Rússia acerca destes dados. De acordo com Volodymyr Zelensky, a operação militar de domingo estava a ser planeada há mais de 18 meses.”Um ano, seis meses e nove dias desde o início do planeamento até à execução eficaz. A nossa operação de maior alcance até agora”, escreveu no X.
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