“Não comprem nada com essa marca da rã. Todos os alimentos que já estão presentes nos supermercados com esse símbolo que vocês estão vendo no vídeo, essa rã, são alimentos da indústria do (criminoso) Bill Gates, lembrando que são alimentos contaminados”, começa por se apontar num tweet de 26 de maio.
Este continua ao afirmar que Bill Gates, juntamente com os seus “comparsas, querem destruir a nossa agropecuária alimentar” e que é por esse motivo que tem “várias fábricas de comidas e carnes sintéticas e de farinhas de insetos há mais de 20 anos”.
“Não comprem nada com essa marca da rã, vamos boicotar tudo o que for feito por esse criminoso psicopata que quer diminuir a população mundial até 2030. Aqui na Europa o povo já está ciente, vocês no Brasil, abram os olhos, eles estão chegando…”, remata a publicação que é acompanhada de um vídeo com origem no TikTok em que se mostra os vários produtos com este selo.
Mas confirmam-se as alegações?
O selo de que fala a publicação corresponde ao “Certificado ‘Rainforest Alliance‘”, uma iniciativa de uma organização não governamental e sem fins lucrativos – fundada em 1987 pelo ecologista norte-americano Daniel Katz – que promove este sistema de certificação internacional para produtos fabricados de forma sustentável.
Na página da “Rainforest Alliance” explica-se que “o selo significa que o ingrediente certificado foi produzido utilizando métodos que apoiam os três pilares da sustentabilidade: social, económico e ambiental”. Para o produto ser certificado com este selo, “auditores independentes e de terceira parte – essenciais para a integridade de qualquer programa de certificação – avaliam os agricultores em relação aos requisitos em todas as três áreas antes de conceder ou renovar a certificação”.
Quanto à participação de Bill Gates (alvo recorrente de desinformação) nesta organização, é verdade que já a financiou, por meio da sua fundação Bill e Melinda Gates, com uma doação, concretizada em 2007, de mais de cinco milhões de dólares para o desenvolvimento da agricultura na África durante 53 meses.
A fundação não consta na lista de doadores nos relatórios anuais da Rainforest Alliance de 2022, 2021 e 2020, apenas no de 2019, com uma doação inferior a dez mil dólares.
Além disso, o empresário não aparece no organograma da Rainforest Alliance nem no círculo de embaixadores.
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Avaliação do Polígrafo: