A equidade no tempo de repouso de cada seleção para uma final é tema antigo de discussão no futebol mundial, levando a que já tivesse sido ponderada a realização das meias-finais das competições no mesmo dia (o que transferiria o problema para a transição entre os quartos de final e as meias-finais).
Nas provas sob a égide da FIFA, os finalistas têm sido encontrados na terça e quarta-feiras que antecedem a final (que se realiza sempre ao domingo). Já nas da UEFA, durante muitos anos era dado menos um dia de repouso às seleções (portanto, as meias-finais jogavam-se às quarta e quinta-feiras), mas a partir do Euro 2020 (disputado em 2021 devido à pandemia) esta prova continental passou a seguir o calendário da FIFA, concedendo mais um dia de descanso às seleções. Na Liga das Nações, porém, mantêm-se o modelo das quarta e quinta-feiras, como sucedeu na edição deste ano (Portugal na quarta e Espanha na quinta-feira).
Com o sucessivo alargamento do número de países que participa nas fases finais e o consequente aumento do número de jogos, a recuperação física dos atletas é cada vez mais objeto de discussão.
Se na fase final da Liga das Nações cada seleção joga somente duas partidas, num europeu ou mundial cada finalista faz, atualmente, 6 jogos até ao desafio decisivo, tudo isto num lapso temporal que vai dos 21 (pior das hipóteses) aos 27 (na melhor), ou seja, médias de, respetivamente, 1 jogo por cada 3,5 dias e 1 jogo por cada 4,5 dias.
Apesar destas diferenças, o desempenho das seleções com maior e menor descanso é muito equilibrado, com ligeira vantagem para quem repousa mais (56,3% vs 43,7%).
Portugal, por exemplo, já perdeu (Euro 2004) e ganhou (Euro 2016 e Liga das Nações 2019) com mais um dia de descanso. O facto curioso é que, nas quatro finais atingidas (esta incluída), coube a Portugal sempre jogar primeiro a meia-final.
Entre 2012 e 2021, a seleção que descansou mais ganhou consecutivamente 6 competições. O padrão inverteu-se a seguir, com 3 vitórias consecutivas de quem jogou a meia-final mais tarde.
| Competição | Finalista com mais descanso | Final (vencedor a bold) |
| Euro 2000 | França | França-Itália |
| Mundial 2002 | Alemanha | Alemanha-Brasil |
| Euro 2004 | Portugal | Portugal-Grécia |
| Mundial 2006 | Itália | Itália-França |
| Euro 2008 | Alemanha | Alemanha-Espanha |
| Mundial 2010 | Holanda | Holanda-Espanha |
| Euro 2012 | Espanha | Espanha-Itália |
| Mundial 2014 | Alemanha | Alemanha-Argentina |
| Euro 2016 | Portugal | Portugal-França |
| Mundial 2018 | França | França-Croácia |
| Liga das Nações 2019 | Portugal | Portugal-Holanda |
| Euro 2020 | Itália | Itália-Inglaterra |
| Liga das Nações 2021 | Espanha | Espanha-França |
| Mundial 2022 | França | França-Argentina |
| Liga das Nações 2023 | Croácia | Croácia-França |
| Euro 2024 | Espanha | Espanha-Inglaterra |
Balanço
| Número absoluto de vitórias da seleção com mais descanso | Competições | Número relativo de vitórias da seleção com mais descanso |
| 9 | 16 | 56,25% |
Desta forma, é falso dizer-se que as seleções que descansam mais tempo (1 dia) têm supremacia nas finais. Nos últimos 25 anos, há uma ligeira vantagem destas, mas o balanço é equilibrado.
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Avaliação do Polígrafo Futebol:
