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Segurança Social. Em 1974 “havia oito contribuintes por cada pensão” e atualmente há apenas dois?

Sociedade
O que está em causa?
Que a sustentabilidade do sistema de Segurança Social tem diminuído por causa da evolução demográfica, é um facto, mas será que o rácio entre trabalhadores ativos e pensionistas em 1974 era assim tão elevado? Verificação de factos.
© Shutterstock

Numa publicação de 10 de maio no Facebook dirigida a “nobres pensionistas e reformados”, no âmbito de um grupo dedicado precisamente a temas relacionados com essa parte da população, destaca-se que “o sistema de pensões em Portugal enfrenta um desafio”, a saber: “há menos pessoas ativas a contribuírem para um número cada vez maior de pensionistas.”

Esta parte do texto não suscita dúvidas. O problema surge depois, quando se alega que “em 1974 havia oito contribuintes por cada pensão. Hoje são dois por cada um destes apoios, quer da Segurança Social, quer da Caixa Geral de Aposentações”.

Posto isto, conclui que “o nosso sistema pressupõe um compromisso entre gerações: a população ativa financia, através das contribuições sociais, as pensões dos mais idosos. Temos que pensar seriamente!”

É verdade que em 1974 “havia oito contribuintes por cada pensão” e atualmente há apenas dois?

Não. O rácio entre trabalhadores ativos e pensionistas tem vindo a diminuir ao longo das últimas décadas, de facto, mas não era assim tão elevado em 1974.

De acordo com dados do Instituto da Segurança Social (ISS) compilados na Pordata, o número de beneficiários ativos por cada pensão de velhice, invalidez e sobrevivência da Segurança Social era de 4,7 em 1974.

Em 2022, último ano com dados já apurados, esse rácio foi de 1,7 – ainda assim superior ao ano transato de 2021, quando estava em 1,6 trabalhadores ativos por cada pensionista.

Aliás, desde 1984 que este rácio permanece abaixo da fasquia de dois trabalhadores ativos por cada pensionista.

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Avaliação do Polígrafo:

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