As palavras têm sido partilhadas, nos últimos tempos, em vários murais do Facebook: «AVISO: A violação da privacidade pode ser punida por lei. O Facebook agora é uma entidade pública. Todos os membros devem publicar uma nota como esta. Se não fizer esta declaração, pelo menos uma vez, será tacitamente entendido que autoriza o uso das suas fotos, bem como das informações contidas nas atualizações do perfil. Eu declaro que não dou a minha permissão. Copie e republique».
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Para muitos, esta história já é familiar. O site de verificação de notícias Politifact revela que surgiu, pela primeira vez, em 2012, quando o Facebook começou a lançar ações em bolsa. Desde então, o texto vai variando ligeiramente, mas a mensagem fundamental que tem sido transmitida é a mesma: ou se faz uma publicação do género da que está transcrita acima, ou a rede social vai controlar todo o conteúdo pessoal.
Na altura, o Facebook lançou um comunicado sobre o post que circulava, com o objetivo de desfazer o engano: “Há um boato a circular, que diz que o Facebook está a fazer uma mudança relacionada com a propriedade da informação dos utilizadores ou o conteúdo que publicam. Isto é falso. Qualquer um que utilize o Facebook possui e controla o conteúdo e a informação que publica, como está descrito nas regras. Os utilizadores controlam a forma como o conteúdo e a informaçãoé partilhada. Esta é a nossa política, e sempre foi.”
A verdade é que, desde então, nada mudou nas políticas de utilização da empresa. O Polígrafo foi consultá-las: “És o proprietário dos conteúdos que crias e partilhas no Facebook (…). Nada destes termos anula os direitos que possuis sobre os teus conteúdos”. Ainda assim, convém não deixar que as primeiras palavras estabeleçam aquilo que Mark Zuckerberg quer verdadeiramente dizer: “Especificamente, quando partilhas, publicas ou carregas conteúdos protegidos por direitos de propriedade intelectual (como fotos ou vídeos), (…) estás a conceder-nos uma licença (…) para alojar, utilizar, distribuir, modificar, executar, copiar, reproduzir ou exibir de forma pública, traduzir e criar obras derivadas dos teus conteúdos. Isto significa, por exemplo, que, se partilhares uma foto no Facebook, concedes-nos permissão para armazenar, copiar e partilhar essa foto com outras pessoas (…). Podes terminar com esta licença a qualquer momento, eliminando os teus conteúdos ou a tua conta”.
O Facebook não está verdadeiramente interessado nesse conteúdo. A rede social prefere dados como a idade, o género, a cidade de residência, o estado civil, a religião e interesses pessoais.
Significa a declaração do Facebook que, entre 2012 e hoje, nada mudou, o que dá a ideia de que as publicações com a tal declaração ainda são um eco do post original, atéporque, neste intervalo de sete anos, o texto nunca deixou de ser partilhado. O que acontece é que, de vez em quando, sem se perceber muito bem porquê, volta a ter mais popularidade.
Porém, ainda em relação às fotografias e às atualizações de perfil, os utilizadores devem ficar tranquilos. O Facebook não está verdadeiramente interessado nesse conteúdo. A rede social prefere dados como a idade, o género, a cidade de residência, o estado civil, a religião e interesses pessoais, informações que ajudam a direcionar a publicidade, que éa maior fonte de receitas da rede de Zuckerberg.
Avaliação do Polígrafo: