Na perspetiva de Rui Rocha, “o PS não aprendeu nada” com os erros do passado e deveria submeter-se a “uma longuíssima cura de oposição – que fique muito longe, muito tempo afastado do poder”. Mas ao discursar hoje na abertura da IX Convenção Nacional do Iniciativa Liberal, a decorrer em Loures, o líder dos liberais criticou também o PSD que “fez muito pouco“.
“Se me pedissem também para resumir numa frase o percurso do PSD, da AD, nestes meses, eu falaria de publicidade enganosa. Onde está o crescimento económico prometido? Onde está a descida de impostos prometida a todos? Perguntem às empresas se alguma coisa de relevante mudou nestes meses. Perguntem às pessoas que dependem do SNS como é que estão. Perguntem aos que precisam de uma consulta quanto tempo esperam”, declarou Rocha, perante os militantes do partido.
É verdade que o Governo da Aliança Democrática (AD) não está a cumprir a promessa de “crescimento económico”?
De facto, no “Cenário Macroeconómico 2024-2028” que sustentava o Programa Eleitoral da AD, referente às legislativas de 2024, previa-se um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sempre em aceleração nos próximos anos, de 1,6% em 2024 até 3,4% em 2028.
Posteriormente, na proposta de OE2025 apontava-se para um crescimento do PIB ao nível de 1,8% em 2024 (estimativa) e 2,1% em 2025 (previsão). Em comparação com o “Cenário Macroeconómico 2024-2028” da AD verifica-se um aumento em 2024 (de 1,6% para 1,8%) e uma diminuição em 2025 (de 2,5% para 2,1%).
Ou seja, um crescimento médio anual (entre 2024 e 2025) que não chega a 2%, pelo que é inferior ao crescimento médio registado nos “últimos oito anos” (2016-2023) que se fixou em cerca de 2,2%.
Na proposta de OE2025 não há projeções de crescimento do PIB até 2028, mas entretanto o Governo da AD já entregou à Comissão Europeia o Plano Orçamental-Estrutural Nacional de Médio Prazo, no qual avança com uma conjetura de taxas de crescimento inferiores a 2% em 2027 e 2028.
A confirmar-se, estará muito distante do nível de crescimento programado no “Cenário Macroeconómico 2024-2028” da AD, até ao nível de 3,4% em 2028.
Entretanto, no dia 30 de janeiro, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou uma estimativa rápida que aponta para um crescimento de 1,9% em volume do PIB no conjunto do ano de 2024, inferior ao aumento de 2,5% registado em 2023.
Em conclusão, tanto nas estimativas para 2024 como nas projeções para os próximos anos, o crescimento económico afigura-se inferior ao registado no período de governação do PS, sob a liderança de António Costa.
Neste âmbito importa recordar que, durante o período de oposição – e também na campanha para as últimas eleições legislativas -, o PSD criticou insistentemente o Governo do PS por não conseguir acelerar o ritmo de crescimento económico. Sobretudo recorrendo a comparações com os países da Europa de Leste ou do Fundo de Coesão.
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Avaliação do Polígrafo: