- O que está em causa?No debate de ontem à noite na SIC, frente à líder do CDS-PP, Assunção Cristas, o líder do PSD foi questionado pela jornalista moderadora do debate sobre por que razão "opta por não ir coligado" com o CDS-PP nas próximas eleições legislativas. Na resposta, Rui Rio afirmou que "a situação normal é os partidos irem separados, não é irem coligados. Os partidos foram coligados em situações excecionais". Confirma-se? Verificação de factos.

Na antecâmara das próximas eleições legislativas, agendadas para o dia 6 de outubro de 2019, realizou-se ontem à noite na SIC mais um debate entre líderes de partidos com representação parlamentar, desta vez opondo Rui Rio do PSD a Assunção Cristas do CDS-PP (pode aceder aqui à gravação em vídeo). E numa parte do debate colocou-se o enfoque nas estratégias eleitorais destes dois partidos que, nas legislativas anteriores, em 2015, concorreram em coligação pré-eleitoral. Ao contrário do que vão fazer em 2019.
Daí a pergunta da jornalista moderadora do debate, Clara de Sousa, dirigida a Rui Rio: "Opta por não ir coligado porque se sente mais próximo de António Costa do que de Assunção Cristas?" Ao que o líder do PSD respondeu da seguinte forma: "Não, eu acho que a situação normal é os partidos irem separados, não é irem coligados. Os partidos foram coligados em situações excecionais. Normalmente vão separados".
Confirma-se que o PSD e o CDS-PP "normalmente vão separados" e "não coligados" para as eleições legislativas? Verificação de factos.
Analisando o historial de eleições legislativas desde 1975 (incluindo as eleições desse ano para a Assembleia Constituinte), verifica-se que num total de 15 eleições, o PSD (sucedâneo do PPD) e o CDS-PP (sucedâneo do CDS) apenas concorreram três vezes em coligação pré-eleitoral: no âmbito da coligação "Aliança Democrática" (que incluiu também o PPM) em 1979 e 1980; e no âmbito da coligação "Portugal À Frente" em 2015.

Ou seja, nas outras 12 eleições concorreram sempre separados, embora em duas ocasiões tenham estabelecido coligações pós-eleitorais, tal como aconteceu em 2011, formando então um Governo liderado por Pedro Passos Coelho (líder do PSD) e Paulo Portas (líder do CDS-PP).
Eleições legislativas:
1975 - Separados
1976 - Separados
1979 - Coligação "Aliança Democrática"
1980 - Coligação "Aliança Democrática"
1983 - Separados
1985 - Separados
1987 - Separados
1991 - Separados
1995 - Separados
1999 - Separados
2002 - Separados
2005 - Separados
2009 - Separados
2011 - Separados
2015 - Coligação "Portugal À Frente"
Concluindo, a afirmação em análise de Rui Rio é factualmente correta. Na grande maioria (12 em 15) das eleições legislativas desde 1975, o PSD e o CDS-PP concorreram separados. Não obstante o estabelecimento de coligações pós-eleitorais para formar Governo em 2011 (Passos Coelho e Portas) e em 2002 (Durão Barroso e Portas).
Avaliação do Polígrafo:
