Ruben Amorim é o 16.º treinador português a chegar a uma meia-final. Qual o treinador nacional que, a seguir a Mourinho, tem mais presenças nesta fase das competições europeias?

Pela 32.ª vez, um treinador português estará presente nas meias-finais de competições europeias (Taça/Liga dos Campeões, Taça das Cidades com Feiras/Taça UEFA/Liga Europa, Liga Conferência e Taça das Taças). Ruben Amorim será o 16.º de uma lista inaugurada por Anselmo Fernández, o treinador português com ascendência espanhola que comandou o Sporting na campanha vitoriosa na Taça das Taças de 1963/64. Nessa meia-final, os leões eliminaram o Lyon, depois de dois empates, foi preciso recorrer a um jogo de desempate (não estava ainda instituído o critério de desempate do golo fora de casa), disputado em Alvalade (1-0).

Até à década de 80, os técnicos portugueses conseguiam chegar a esta fase das competições europeias de 10 em 10 anos: Mário Lino (Sporting) em 1974 e António Morais (o adjunto de José Maria Pedroto no FC Porto, que assumiu a liderança da equipa devido à doença oncológica deste) em 1984, ambos também na Taça das Taças.

De 1985 a 1995, cinco presenças (três de Artur Jorge e duas de Toni), duas delas na Taça dos Campeões e com sucesso (Artur Jorge dirigiu o FC Porto quando os dragões eliminaram o Dínamo de Kiev em 1987 e Toni comandou o Benfica na eliminatória frente ao Steaua em 1988).

É neste século, no entanto, e essencialmente graças a José Mourinho, que Portugal viu aumentado significativamente o número de vezes que os seus treinadores estiveram na fase decisiva das competições europeias: 24 vezes, metade delas do atual treinador do Fenerbahçe.

Mourinho conseguiu, aliás, duas séries longas: 4 meias-finais em 5 épocas (entre 2003 e 2007) e 5 meias-finais da Liga dos Campeões consecutivas (entre 2010 e 2014), por três clubes diferentes (Inter, Real Madrid e Chelsea). O treinador bicampeão europeu tem um saldo neutro nesta fase competitiva: em 6 ocasiões passou à final, nas outras 6 ficou pelo caminho (este saldo é deficitário na “Champions”, com 2 sucessos e 6 eliminações).

Apenas mais três treinadores portugueses conseguiram chegar à antecâmara de uma final europeia por mais do que uma vez: Toni, Artur Jorge e Jorge Jesus.

Toni levou o Benfica à final da Taça dos Campeões em 1987/88 e às meias-finais da extinta Taça das Taças em 1993/94 (eliminado pelo Parma, com um golo a 15 minutos do fim). Artur Jorge deu-se a conhecer ao mundo futebolístico enquanto treinador com a conquista da Taça dos Campeões em 1986/87, voltando à alta roda das competições europeias com o PSG, ao atingir as meias-finais da Taça UEFA em 1992/93 (eliminado pela Juventus) e da Taça das Taças (afastado pelo Arsenal) em 1993/94. Em ambas as provas, curiosamente, eliminou o Real Madrid nos quartos-de-final.

Jorge Jesus tem o saldo inverso de Artur Jorge (2-1). Na sua primeira passagem pelo Benfica, conseguiu alcançar as meias-finais da Liga Europa por três vezes: em 2010/11 (eliminado pelo Sp. Braga de Domingos Paciência), em 2012/13 (venceu o Fenerbahçe) e em 2013/14 (eliminando a Juventus, que, tal como o Athletic Bilbao esta época frente a Ruben Amorim, tinha a final da prova marcada para o seu estádio).

Em três ocasiões, dois treinadores portugueses estiveram nas meias-finais da mesma época da respetiva competição europeia: Toni, Artur Jorge (Taça das Taças 1993/94); José Mourinho, Jaime Pacheco (Taça UEFA 2002/03) e Jorge Jesus, Domingos Paciência, André Villas-Boas (Liga Europa 2010/11).

José Mourinho – 12 presenças

Artur Jorge – 3 presenças

Jorge Jesus – 3 presenças

Toni – 2 presenças

Assim, Artur Jorge (FC Porto e PSG) e Jorge Jesus (Benfica) são os dois treinadores portugueses que, a seguir a José Mourinho, têm mais presenças (3) nas meias-finais das competições europeias.